Já contei aqui no aniversário de 25 anos como foi todo o começo dessa história, os atrasos, os cortes de orçamento, o cancelamento, o defeito bizarro em seu espelho e até mesmo a ajudinha que o Super-Homem deu para que o telescópio fosse construído. Depois de um início atribulado assim, nos últimos 26 anos as contribuições do Hubble podem ser classificadas como importantes, muito importantes e fundamentais!

Como é de praxe, a Nasa divulgou uma imagem comemorativa da data. Esse ano a honra ficou com essa imagem, a Nebulosa-Bolha.

A nebulosa está a 7.100 anos luz de distância, tem o nome oficial de NGC 7635 e fica na constelação de Cassiopeia; ela foi descoberta por William Herschel, o descobridor do planeta Urano. A bolha é na verdade uma nebulosa que envolve uma estrela massiva, muito quente, que está em vias de terminar seus dias no espaço. Esse tipo de estrela é chamado de Wolf-Rayet.

A estrela que expeliu a nebulosa tem 45 vezes a massa do nosso Sol e, além de ser muito quente, produz ventos estelares muito intensos com velocidades da ordem de 6,5 milhões de quilômetros por hora! Inflada por um vento desses, a bolha já atingiu um diâmetro de 7 anos-luz, quase uma vez e meia a distância até a estrela mais próxima de nós. Conforme ela se expande, a bolha se choca com regiões mais densas do espaço e isso explica sua forma assimétrica. Com isso, a estrela que expeliu a nebulosa, a mais brilhante da foto, aparece na posição de 10 horas. Bem na frente da bolha é possível distinguir nuvens de hidrogênio sendo expelidas pela estrela.

As cores magníficas dessa bolha são originárias da ionização de espécies químicas do gás da nebulosa, como, por exemplo, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio e dão a ela ares de um super balão de aniversário. Vida longa ao Hubble!

G1