O que estamos vendo é que os processos são seguros’, disse.
Força-tarefa vai inspecionar as 21 unidades sob investigação.
O ministro Blairo Maggi, participou da inspeção numa das fábricas investigadas.
Com touca, roupa branca, botas, o ministro Blairo Maggi percorreu quase
toda a fábrica da Seara, na Lapa, a 70 quilômetros de Curitiba. O
uniforme faz parte das normas de higiene internacionais. E assim estavam
todos na comitiva que acompanhou a visita.
O ministro foi questionado sobre a qualidade da produção nacional.
“Eu só me alimento de carne brasileira e o que estamos vendo aqui neste
frigorífico de aves é que os processos são seguros. Eles estão
acontecendo normalmente dentro dos protocolos que nós temos.
Infelizmente nós não temos o controle sobre a má conduta de alguns
elementos que criaram toda essa confusão para o Brasil e um grande
prejuízo para os produtores, frigoríficos e consumidores no Brasil e
mundo a fora”, disse.
O ministro disse que, nas próximas três semanas, a força-tarefa vai passar por todas as 21 unidades sob investigação.
“A cada semana, a gente já vai estar se manifestando daquelas que já
foram fiscalizadas e que já terminaram a fiscalização e qual é o caminho
que nós já vamos fazer”.
Cinco funcionários do
Ministério da Agricultura
fiscalizam uma fábrica da Seara desde segunda-feira (20) e até agora
não foram encontrados problemas. A unidade foi alvo da operação, mas não
foi interditada.
A Seara faz parte do grupo
JBS,
responsável também pelas marcas Friboi, Big Frango e Swift. A unidade
da Lapa produz carne de frango, boa parte para exportação, inclusive
para a China, o que trouxe uma repórter da TV estatal chinesa para
acompanhar a visita do ministro.
Na fábrica, a
Polícia Federal
apura possíveis irregularidades na emissão de certificações sanitárias.
É um documento necessário para exportar os produtos. Por enquanto, as
exportações daqui estão suspensas e quatro fiscais que em algum momento
trabalharam na fábrica estão sendo investigados.
Além da fábrica da Lapa, outras duas do grupo JBS foram alvos da
operação da Polícia Federal: em Rolândia, também no Paraná, e em
Goiânia, onde são feitos abate e desossa de bovinos.
A JBS declarou que no despacho da justiça não há menção a nenhuma
irregularidade sanitária em instalações da empresa e afirmou ainda que
nenhuma das unidades da compania foi interditada e que nenhum problema
foi indetificado nos produtos dela.
No Paraná fiscais estiveram nesta terça (21) em outros frigoríficos
investigados pela polícia: no frigorífico Larissa, em Iporã, que faz
abate de suínos, e é suspeito de reaproveitar produtos vencidos, trocar
etiquetas e transportar mercadorias sem a temperatura adequada; e no
frigorífico E H Constantino, que produz carne de porco defumada e é
investigado por corrupção.
Das quase cinco mil unidades produtoras no Brasil, 21 estão sob investigação e três foram fechadas.
As duas unidades da Peccin em São José dos Pinhais, no Paraná, e
Jaraguá
do Sul, Santa Catarina, foram interditadas. O frigorífico Peccin
fabrica derivados de frango, porco e embutidos com a marca Italli.
O Ministério da Agricultura interditou também a fábrica da BRF em
Mineiros, Goiás. O grupo é dono de marcas como Sadia e Perdigão. A
Polícia Federal não informou quais marcas eram produzidas nessa unidade,
que processa derivados de frango e de peru.
A BRF declarou que a fábrica interditada está habilitada para exportar para os mercados mais exigentes do mundo como Canadá,
União Europeia
Rússia e Japão. E que uma auditoria do Ministério da Agricultura no fim
de fevereiro considorou a unidade apta a manter suas operações.
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