“Se eu assumir, índio não terá mais 1cm de terra” foi a afirmação do
reacionário presidenciável em uma entrevista na cidade de Dourados, no
Mato Grosso do Sul, logo antes de dar uma palestra a produtores rurais.
Um discurso racista e reacionário que quer passar por cima do direito
mínimo dos povos indígenas: o direito a terra. Em uma região onde os
Guarani e Guarani-Kaiowá já sofrem cotidianamente com os ataques à sua
terra demarcada, com assassinatos de lideranças.
De acordo com Bolsonaro, conhecido pelas suas posições racistas e que
em abril do ano passado defendeu que indígenas e quilombolas não
serviriam nem mesmo para procriar, são as ONGs e o governo que estimulam
os indígenas a entrarem em conflito. Irônico e revoltante é quão
visível a olho nu como o agronegócio está destruindo as matas, ao passo
que se os indígenas e quilombolas não tem direito à terra que é sua,
isso se deve a proteção a todo custo do Estado da propriedade privada,
para garantir a sede de lucro dos latifundiários e das empreiteiras.
Antes de partir para uma atividade na Associação de Comércio, que
assim como na palestra para produtores rurais evidência à quem seu
discurso assassino serve, também defendeu armar "cidadãos de bem", que
na sua concepção são aqueles que podem defender sua moral: contra negras
e negros, quilombolas, indígenas, LGBTs, mulheres, imigrantes e todos
aqueles oprimidos pelo capitalismo.
A demarcação de terras indígenas e quilombolas, junto à reforma
agrária para atacar os latifundiários e empreiteiras precisam ser
centrais na luta contra a direita golpista, o judiciário que se crê
determinador de todos os rumos do país embebido em seus privilégios e
este sistema capitalista que só reserva misérias aos oprimidos.
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