Meghan usou a tiara da rainha Mary, avó da rainha Elizabeth. Já a mãe da noiva tinha dreadlocks. E coral do tipo gospel foi uma emoção à parte.
O mundo parou neste sábado para assistir ao casamento real do príncipe Harry com a atriz americana Meghan Markle. A cerimônia emocionante foi marcada pela união entre tradição e modernidade.
O casamento real é quando o Reino Unido renova os votos com a monarquia. A onda azul e vermelha comprova a popularidade da realeza: dois em cada três britânicos abrem um largo sorriso pelo príncipe Harry e pela atriz Meghan Markle.
O casamento real é quando o Reino Unido renova os votos com a monarquia. A onda azul e vermelha comprova a popularidade da realeza: dois em cada três britânicos abrem um largo sorriso pelo príncipe Harry e pela atriz Meghan Markle.
O colorido aos poucos superou a muralha do castelo. Mais de 2.600 convidados da sociedade civil capricharam no traje e acompanharam a cerimônia nos jardins, num grande piquenique em homenagem ao casal. A realeza só ofereceu enroladinho de salsicha e chá.
A imprensa mundial, faminta por informações, viu o mistério da lista de celebridades se desfazer. Seiscentas pessoas mais próximas ao casal desfilaram a caminho da capela de São Jorge. A tenista Serena Williams, amiga de Meghan; a apresentadora e atriz Oprah Winfrey; o ator George Clooney e a mulher, Amal; o ex-jogador David Beckham e a mulher, a ex-Spice Girl Victoria.
O noivo chegou ao lado do padrinho, o irmão William. Harry vestiu o nervosismo e o uniforme dos Blues and Royals, um regimento da cavalaria britânica, enquanto a família real ia dando os ares da graça por ordem de hierarquia.
A família de Meghan, não. O pai e as confusões dele ficaram na Califórnia. Toda a estrutura familiar da noiva se resumiu à mãe. Doria, emocionada, emprestou dreadlocks e piercing a uma instituição milenar.
A última pessoa a esperar Meghan foi a rainha, de 92 anos. Elizabeth II chegou ao lado do marido. Aos 96, príncipe Phillip parecia inteiro depois de uma cirurgia recente no quadril.
Só faltava a noiva. Os seis minutos de atraso quebraram a pontualidade britânica. Meghan Markle saiu do carro e desfez o mistério do vestido. Um modelo da estilista inglesa Claire Waight Keller, da casa francesa Givenchy. Na cabeça, uma tiara de diamantes que pertenceu à rainha Mary, avó de Elizabeth II.
A princesa Charlotte estava entre as daminhas e, entre os pajens, o príncipe George - uma função que na Idade Média era para criados. Desta vez, um herdeiro direto do trono estava a serviço da plebeia.
A entrada das noivas é daqueles momentos em que o mundo para e respira com o noivo. O véu de cinco metros e a cauda varreram todos problemas familiares. Meghan entrou sozinha, e no meio da capela foi recebida foi recebida pelo sogro, o príncipe Charles.
O arcebispo de Cantuária presidiu a cerimônia. A lembrança da mãe do noivo, Diana, estava na leitura de um trecho da Bíblia pela irmã, Lady Jane Fellowes.
A homilia foi do reverendo americano Michael Curry, escolhido por Meghan. Ele citou Martin Luther King e disse que o amor é o caminho para transformar um velho mundo num mundo novo.
A maioria branca nos bancos da capela viu e ouviu um novo tom da realeza. Um jovem violoncelista negro, um coral afrodescendente, como a noiva, cantando “Stand by me”, um clássico da música negra americana.
Na hora da leitura dos votos, Meghan repetiu a princesa Diana. Ela disse que ia amar, respeitar, cuidar, mas omitiu o verbo obedecer. Harry obedeceu a tradição e perguntou à noiva se ela gostaria de se casar com ele. Setecentos e cinquenta milhões em todo mundo responderam ao mesmo tempo que sim.
Antes de terminar a cerimônia, a reverência à avó do noivo: “Deus salve a rainha”.
Na saída da capela, finalmente, a imagem que confirma para os súditos o final feliz.
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