Notas ruins do Brasil ajudam a consolidar uma imagem internacional
do país muito negativa que tem reflexos aqui dentro, no nosso dia a dia.
A saída do Brasil dessa espécie de clube dos bons pagadores acaba tendo impacto no dia a dia de todos os brasileiros.O dólar chegou a bater R$ 4 no começo da manhã, mas recuou e encerrou o
dia estável. A bolsa de valores de São Paulo fechou o pregão em queda
de 1%. O impacto não foi maior porque o mercado já esperava a decisão da
agência. A Moody´s baixou a nota do país em dois degraus e pode não
parar por aí.
“A agência, não só essa, mas a anterior que também tinha rebaixado o
Brasil continua avaliando como a perspectiva é de que haja novos
rebaixamentos a menos que ocorra mudanças que melhoram a perspectiva do
país”, diz Julio Callegari, diretor do J.P. Morgan Asset.
A Moody’s apontou as dificuldades que o governo enfrenta para cortar
gastos e fazer reformas. E também o alto endividamento do Brasil. A
agência acha que a dívida pode passar dos 80% do PIB nos próximos três
anos. Hoje ela está em 66%.Essas avaliações das agências de risco podem parecer uma preocupação
que se restringe ao mercado financeiro. Mas não. As notas ruins do
Brasil ajudam a consolidar uma imagem internacional do país muito
negativa que tem reflexos aqui dentro, na nossa vida real, no nosso dia a
dia.“Uma nota pior significa que os investidores vão cobrar mais para
investir no Brasil. E portanto as empresas vão ter que pagar mais para
ter esse capital e isso prejudica o investimento das empresas”, diz
Callegari.
“Aumentaram os tributos, aumenta o custo de financiamento, há menos
credito disponível, o custo de capital dos negócios está subindo no
Brasil, isso quer dizer que o setor real está sentindo a gravidade da
crise e isso infelizmente vai contaminar as famílias por meio do
desemprego, o aumento do custo de vida, enfim, o país ficou mais pobre”,
aponta Marcos Lisboa, presidente do Insper.
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