Temer negocia para acomodar partidos num possível ministério
Temer negocia para acomodar partidos num possível ministério
Interlocutores dizem que ele vai ter de negociar com Congresso.
Ministério não deverá ser tão enxuto quanto vice queria.
O vice-presidente Michel Temer leva adiante negociações com os partidos pra montar o ministério de um possível novo governo.
Quanto mais Temer conversa, mais se dá conta da real situação. Uma coisa era o ministério enxuto e de notáveis que ele planejava. Outra, são os votos de que precisa para aprovar reformas emergenciais.
Os interlocutores de Temer admitem que não tem saída: terá que negociar com o Congresso. E, para acomodar tanta demanda, o vice-presidente já decidiu que não vai reduzir como queria o número de ministérios num possível governo.
A Secretaria de Portos, por exemplo, que ele pretendia extinguir, não só deve permanecer como ter de volta o ex-ministro Helder Barbalho.
Outro peemedebista, deputado Osmar Terra, pode ficar com o Desenvolvimento Social.
Fernando Coelho, líder do PSB na Câmara, com a Integração Nacional.
Estudam-se o nome do senador Tasso Jereissati, do PSDB, para Indústria e Comércio.
Alexandre Moraes, secretário de Segurança de São Paulo, pro Ministério da Justiça. Antonio Mariz, que Temer queria nessa pasta, deve ficar com a Defesa.
O Partido Progressista voltou atrás na indicação do cirurgião Raul Cutait para o Ministério da Saúde. Agora, quer o deputado Ricardo Barros no cargo.
Há críticas sobre a escolha de alguns nomes como dos peemedebistas Romero Jucá, investigado na Lava Jato, Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, citados na mesma operação.
O líder do PPS na Câmara condena a participação no governo de suspeitos de envolvimento em corrupção.
“Parlamentares citados, investigados ou denunciados não podem participar de um novo governo que se pretende um governo de mudança. Daí a saber que nós estamos cobrando o mesmo que cobramos do atual governo. Os investigados devem ser afastados para que o processo transcorra naturalmente e ele tenha tempo de se defender. E não como ministro nomeado de um novo governo que nós tanto lutamos para que ele chegue ao poder, afirmou o deputado Rubens Bueno(PPS-PR).
Apesar das expectativas, o vice-presidente tem dito que não fará grandes alterações na estrutura nos primeiros dias desse possível governo. Quando muito uma pequena redução da máquina. Mudança profunda, se vier, será depois do que Temer chama de "transição" - os 180 dias que a presidente Dilma poderá ficar afastada.
“Se ele diz que na interinidade vai se debruçar em cima disso para analisar, para ver, acho que merece crédito de confiança”, disse o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)
WWW.G1.COM.BR/JN