Votação favorável ao rompimento com a União Europeia no plebiscito revelou divisões profundas e deixou muitas perguntas no ar.
Reino Unido vive clima de ressaca depois da decisão de deixar a UE
Votação favorável ao rompimento com a União Europeia no plebiscito revelou divisões profundas e deixou muitas perguntas no ar.
A terra dos bares e pubs parece estar de ressaca. Depois que os britânicos decidiram, em plebiscito, que querem se separar da União Europeia, o clima no Reino Unido é de apreensão. O resultado da votação revelou divisões profundas e deixou perguntas no ar.
A ficha está caindo aos poucos. O país segue num limbo, sem saber os próximos passos. E mais dividido do que nunca. Analisar as tendências da votação é um exercício revelador. Escancara uma silenciosa guerra geográfica e de gerações.
Os jovens britânicos queriam ficar. Afinal, o futuro é deles e a Europa é um mundo de oportunidades. Só que o comparecimento dessa faixa etária nas urnas foi bem menor do que o dos com mais de 65 anos. Por isso, pode-se dizer que o plebiscito foi decidido, em grande parte, pelos idosos, que votaram em peso, na direção oposta.
Os jovens britânicos queriam ficar. Afinal, o futuro é deles e a Europa é um mundo de oportunidades. Só que o comparecimento dessa faixa etária nas urnas foi bem menor do que o dos com mais de 65 anos. Por isso, pode-se dizer que o plebiscito foi decidido, em grande parte, pelos idosos, que votaram em peso, na direção oposta.
O conflito foi, também, demográfico. País de Gales e interior da Inglaterra, fora.
Escócia e Irlanda do Norte, dentro. Cidades maiores como Manchester, Liverpool, Cambridge, Oxford e Londres também votaram para deixar as coisas como estão.
Escócia e Irlanda do Norte, dentro. Cidades maiores como Manchester, Liverpool, Cambridge, Oxford e Londres também votaram para deixar as coisas como estão.
Mas até mesmo dentro da capital britânica, encontramos contrastes. O bairro de Hackney, no leste de Londres, é um ponto de encontro de diferentes etnias e jovens profissionais. Dos 382 distritos eleitorais do Reino Unido, foi o terceiro com o maior número de votos pela permanência. O clima, agora, é de desolação.
“Estou com vergonha do meu país. Acho que quem votou para sair fez sem entender as consequências”, diz uma britânica.
A 30 quilômetros de distância, outro bairro: Harlow Town. Lá, os moradores são majoritariamente ingleses brancos. Todos os funcionários de um café mostrado na reportagem são estrangeiros. Já alguns clientes votaram para abandonar o bloco europeu justamente por conta da imigração.
“Somos britânicos, não queremos toda essa gente”, diz uma mulher.
“Vai ser bom voltar a ser só a Inglaterra”, acredita uma outra.
“Vai ser bom voltar a ser só a Inglaterra”, acredita uma outra.
É claro que nem todos em Harlow votaram pela separação, assim como nem todos os moradores de Hackney votaram para ficar. Mas é impressionante como lugares tão próximos podem ter visões tão divergentes sobre o país que querem ter.
De sexta-feira (24) para sábado (25), mais de dois milhões de pessoas já assinaram uma petição pedindo um novo plebiscito. Um gesto chamativo, mas que tem chance quase zero de dar certo.
De sexta-feira (24) para sábado (25), mais de dois milhões de pessoas já assinaram uma petição pedindo um novo plebiscito. Um gesto chamativo, mas que tem chance quase zero de dar certo.
Do lado de fora do Parlamento, alguns britânicos inconformados foram extravasar.
“Estou de luto, viramos motivo de chacota”, queixa-se um cidadão.
Uma mulher desabafou: “O resultado não me representa”.
“Estou de luto, viramos motivo de chacota”, queixa-se um cidadão.
Uma mulher desabafou: “O resultado não me representa”.
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