terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Peritos do INSS voltam ao trabalho após quase cinco meses de greve

Com a greve, tempo de atendimento entre marcar consulta e fazer perícia passou de 20 para 88 dias. JN visitou postos para ver como anda atendimento.
  Depois de mais de quatro meses em greve, os médicos peritos do INSS voltaram ao trabalho nesta segunda-feira (25). 

A volta dos médicos peritos foi tumultuada em Campinas, onde só dois, de 18 peritos, foram trabalhar. Muita gente não conseguiu atendimento. 

“Não entendi nada. Estou aqui perdido”, lamenta um homem.
“Remarcaram minha perícia para o dia 20 de abril. Não estou recebendo nada. Estou sem nada, sem nada. Não tem salário nenhum”, lamenta a auxiliar de serviços gerais Nelfe de Lima.

É o perito quem diz se o trabalhador precisa de afastar do trabalho porque está doente ou sofreu um acidente. Só depois disso o trabalhador tem direito ao benefício.

A greve durou quase cinco meses e não se chegou a um acordo. Os peritos pedem redução da jornada e reajuste no salário. A Previdência diz que 1,3 milhão de perícias deixaram de ser feitas. A Associação dos Peritos diz que são mais de dois milhões.
Numa agência no Recife, as filas eram grandes. Laurinércio só nesta segunda-feira (25) pôde dar entrada nos documentos para aposentadoria.

“Era pra eu estar aposentado desde outubro. Não me aposentei porque estava precisando da perícia médica pra liberar a aposentadoria”, conta o vigilante Laurinércio da Silva.
Em Taguatinga, Distrito Federal, quatro médicos atendiam. Edilson Saraiva queria reagendar uma perícia. “Mandaram voltar na semana que vem pra tentar agendar de novo”, conta.
E quem precisa voltar a trabalhar? Em Belo Horizonte, Bartolomeu Figueiredo de Oliveira está afastado do emprego desde o fim do ano.

“Agendaram pra mim daqui a 18 dias. Estou até hoje sem um salário. Se minha esposa não trabalhasse nós estaríamos passando até fome”, afirma o técnico em eletrônica.
No Rio, Mário se recupera de um acidente a caminho do trabalho no ano passado. “Tive que recorrer ao banco, fazer empréstimos, a empresa tá sendo muito solidária comigo também, tá me fornecendo alguns valores, e é assim que eu estou sobrevivendo”, afirma.

Com a greve, o tempo de atendimento entre marcar a consulta e fazer a perícia passou de 20 para 88 dias.
A prioridade é atender os segurados que ainda vão fazer a primeira perícia para que possam começar a receber o benefício. A presidente do INSS diz que quem procura por aposentadoria também vai esperar mais.

“Com as mudanças na legislação, nós tivemos um aumento também na demanda dos requerimentos de aposentadoria. Estamos realmente com um tempo bem maior do que nós tínhamos antes do início. Hoje estamos com cerca de 75 dias de espera”, diz Elisete Iwai, presidente do INSS.

www.g1.com.br/jn

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