O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10 ª Vara Federal de Brasília,
determinou que autoridades com foro privilegiado intimadas a depor na
ação penal da Operação Zelotes, entre as quais a presidente Dilma
Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante (Educação), se manifestem sobre
o suposto esquema de venda de medidas provisórias até o dia 5 de
fevereiro, por escrito ou pessoalmente.
Além de Dilma e de Mercadante, foram chamadas a depor como testemunhas
de defesa de réus presos na Zelotes os senadores Walter Pinheiro
(PT-BA), Humberto Costa (PT-PE), José Agripino (DEM-RN) e Tasso
Jereissati (PSDB-CE); o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); os
deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA), Alexandre Baldy (PSDB-GO) e
José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara; e o prefeito de
Catalão (GO), Jardel Sebba.
Como testemunhas, eles poderão enviar à 10 ª Vara Federal de Brasília
documento dizendo simplesmente que não têm nada a declarar sobre o tema.
É o que fez o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), arrolado como
testemunha do presidente da Mitsubishi do Brasil, Robert Rittscher, um
dos 16 denunciados por suspeita de participar do suposto esquema de
venda de MPs.
Rittscher teria atuado de forma ilegal, segundo os investigadores, para
viabilizar a aprovação de MPs que beneficiaram o setor automotivo,
dando, por exemplo, benefícios fiscais. No total, mais de 90 pessoas
foram arroladas como testemunhas dos 16 réus acusados de participar do
esquema.
Segundo o Ministério Público, lobistas e empresários negociavam
pagamento de vantagens ilícitas a servidores públicos para viabilizar a
aprovação de MPs de interesse de empresas. São investigadas suspeitas de
irregularidades nas negociações da MP 471, de 2009, e da MP 512, de
2010 – as duas editadas no governo Luiz Inácio Lula da Silva – e da MP
627, de 2013, editada pela presidente Dilma Rousseff.
O ex-presidente Lula também havia sido intimado a depor pelo réu
Alexandre Paes dos Santos, lobista acusado de negociar ritmo de
tramitação e texto de medidas provisórias mediante pagamento de
vantagens indevidas a servidores públicos. O depoimento de Lula seria
nesta segunda (25), mas defesa do réu desistiu do oitiva, porque o
petista já falou sobre o suposto esquema em depoimento anterior, do dia 6
janeiro, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
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