domingo, 20 de junho de 2021

A hanseníase não deve ser esquecida em meio à pandemia de COVID-19


PB NEWS
O Brasil é um dos países com o maior número de novos diagnósticos da doença em relação à população no mundo e a região Nordeste é uma das regiões endêmicas para hanseníase, por isso o contato com o veículo de vocês, para fazer esta mensagem chegar às pessoas que precisam dela

A 74ª Assembleia Mundial de Saúde (AMS) está sendo finalizada neste início de junho e é provável que o encontro deste ano seja dominado pelo tema da COVID-19. Mas aqui eu gostaria de falar sobre uma doença diferente - a hanseníase - e sobre uma resolução que foi adotada na AMS há exatamente 30 anos.

Essa resolução convocava a eliminação da hanseníase como um problema de saúde pública em nível global até o ano 2000, sendo a eliminação definida como uma taxa de prevalência de menos de 1 caso por 10.000 habitantes. Foi uma resolução histórica para a época.

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Afeta principalmente a pele e os nervos periféricos e é considerada uma das doenças mais antigas da história da humanidade.



Hoje existe um tratamento eficaz na forma de poliquimioterapia (PQT) e, com detecção e tratamento precoces, a doença é completamente curável. Mas, se o tratamento for adiado, a hanseníase pode causar danos a pele, nervos, rosto, mãos e pés, e levar a incapacidades físicas permanentes. Junto com medos arraigados e percepções errôneas sobre a doença, isso tem submetido as pessoas afetadas pela hanseníase, bem como seus familiares, à severa discriminação, que continua até hoje.



Infelizmente, em meio à pandemia do novo coronavírus, podemos ver paralelos entre a discriminação e a hostilidade em relação aos pacientes com COVID-19, suas famílias e os profissionais de saúde, que foram relatadas em diferentes partes do mundo, e as atitudes da sociedade em relação à hanseníase.



Seguindo a resolução da AMS de 1991, a eliminação da hanseníase como um problema de saúde pública foi alcançada com sucesso em nível global no final do ano 2000. Infelizmente, isso não significa que a hanseníase tenha desaparecido. A cada ano, cerca de 200.000 novos casos de hanseníase são notificados à OMS, com o Brasil respondendo por mais de 27.800 casos em 2019, o segundo maior número de casos no mundo.

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