Árabe e iraquiano presos em João Pessoa podem ter ligação com grupo
terrorista... A Polícia Civil suspeita que o árabe e o iraquiano presos
no último dia 12 em João Pessoa por fraudes em documentos podem ter
ligações com grupos terroristas ou associações criminosas de cunho
extremista. A informação foi divulgada pelo delegado Lucas Sá, da
Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), na tarde desta
terça-feira (18).
Segundo o delegado, alguns arquivos e conversas encontradas nos
celulares do árabe Saleh Alderaibi, de 41 anos, e do iraquiano Feras Ali
Haussn, de 43 anos, ligam os suspeitos a possíveis atividades com
grupos extremistas.
Conforme investigação, Saleh movimenta cerca de U$ 20 milhões de dólares
(aproximadamente R$ 61 milhões). A investigação solicitou, ainda no dia
12, informações sobre os dois suspeitos junto a Interpol e a Polícia
Federal para tomar conhecimento de atividades criminosas da dupla. "A
informação foi pedida no dia 12. Pedimos informações ao consulado da
Árabia Saudita, do Iraque e dos Estados Unidos e também à Polícia
Federal e Interpol. Solicitamos um levantamento completo, para saber se
tinham ligação com terrorismo", disse Lucas Sá.
De acordo com Lucas Sá, no celular dos suspeitos foram encontrados
contatos de grupos extremistas, vídeos de execuções, fotos de ataques
terroristas e de treinamentos destes grupos. "Os vídeos e conversas [em
árabe] vão ser levados para tradução para saber do que se trata",
adiantou.
A Interpol ainda não retornou o contato com as informações solicitadas,
segundo Sá. As polícias Civil e Federal também vão continuar fazendo
levantamentos acerca dessas suspeitas.
As investigações identificaram que Saleh Alderaibi é empresário do ramo
da construção civil e chegava a movimentar cerca de U$ 1 milhão por mês.
Foram encontradas também movimentações que chegam a U$ 20 milhões de
dólares, com contas registradas na Árabia Saudita, Turquia e Inglaterra.
"Eles vieram para o Brasil não sabemos com qual intenção. Eles não falam
nada desde que foram presos, dizem que só com os advogados", disse Sá.
"Tem indícios de atuação terrorista. Muitos vídeos deles falando, dando
declarações, todos paramentados [com vestimenta típicas de grupo
extremista]", completou. A polícia trabalha com duas linhas de
investigação: crime financeiro ou relação com terrorismo. No primeiro
caso, o grupo atuaria com falsificação de documentos para trazer árabes
para o Brasil. Já no segundo eles teriam alguma relação com o terrorismo
e visavam conseguir passaportes brasileiros com intenção de entrar em
outros países.
A Polícia Federal já foi contactada e vai iniciar processo
administrativo próprio. Além de, conforme Lucas Sá, instaurar um
inquérito com finalidade de investigar o terrorismo ou atividades
relacionadas a grupos extremistas.
A audiência de custódia da dupla extrangeira seria na tarde da
segunda-feira (17), mas a defesa solicitou a presença de tradutores
junto ao Consulado da Árabia Saudita. Com isso, a audiência foi adiada
para a tarde desta terça-feira, por volta das 14h. JP
PB AGORA
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