Delator diz que montou fundo para distribuição da propina.
Ex-presidente da Transpetro diz que maior parte era paga em dinheiro.
O ex-presidente da Transpetro citou nomes de mais de 20 políticos como beneficiários da corrupção na Petrobras. Sérgio Machado disse que montou uma espécie de fundo de distribuição da propina. E a maior parte era entregue em dinheiro vivo.
Sérgio Machado contou aos procuradores porque, depois de uma vida inteira na política, resolveu abrir o jogo.
“Meu objetivo com isso, excelência, é porque eu envolvi meus filhos, que não tinham nada que estar sendo envolvidos. Toda a ação foi minha. Então, não seria justo, nem eu teria paz na minha consciência, se eu assim não procedesse. E esse foi a razão fundamental”.
“Meu objetivo com isso, excelência, é porque eu envolvi meus filhos, que não tinham nada que estar sendo envolvidos. Toda a ação foi minha. Então, não seria justo, nem eu teria paz na minha consciência, se eu assim não procedesse. E esse foi a razão fundamental”.
O esquema que ele descreveu parecia uma máquina de corrupção.
“É importante você compreender a engrenagem que é o seguinte. De um lado você tem os políticos que funcionam como se fossem um co-acionista da empresa ou do ministério. Do outro lado você tem as empresas querendo levar vantagem, oferecer vantagem através de aditivos etc. etc. e do outro lado você querendo dar resultado pra empresa”.
saiba mais
Machado disse que tratava da cobrança de propina com cerca de 12 fornecedores da Transpetro. Preferia aqueles com quem tinha contato direto: presidente ou dono da empresa e disse que criou um fundo virtual com dinheiro arrecadado de forma ilícita, e mês a mês estabelecia quanto poderia distribuir para os políticos na forma de doação oficial ou em dinheiro vivo. A cúpula do PMDB era a prioridade.
“Você tinha um núcleo que era o núcleo que me colocou na Transpetro. Núcleo: Renan, Sarney, Jader, Romero e Lobão”.
Ele disse que grande parte do dinheiro desviado foi entregue ao PMDB.
“Cerca de, um pouco mais de R$ 100 milhões”.
Segundo Machado, R$ 1,5 milhão foi repassado para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo em 2012 a pedido do presidente em exercício Michel Temer, à época vice-presidente.
“Eu liguei para o vice Michel Temer, marquei um encontro com ele no aeroporto militar de Brasília, na sala vizinha à sala da presidência, acerca da campanha do Chalita. Eu disse que ia, que podia ajudá-lo, em um milhão e quinhentos, mas que depois eu informaria a ele a empresa. Telefonei depois a ele informando que esta doação seria feita pelo diretório nacional através da empresa Queiroz Galvão”.
Machado disse ainda que repassou R$ 850 mil para a campanha de Chalita a pedido do senadorValdir Raupp.
Temer também é citado por Machado em outra ocasião. Ele contou que ouviu relatos de que o grupo JBS iria fazer, em 2014, uma doação de R$ 40 milhões ao PMDB, a pedido do PT, para abastecer a campanha do partido ao Senado e citou quem seriam os beneficiados:
“Doação de 40 milhões, senador Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rego, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Requião e outros”.
A assessoria do senador Roberto Requião declarou que os gastos para a campanha ao governo do Paraná em 2014 foram declarados e as contas já foram aprovadas pela Justiça Eleitoral do estado.
Segundo Sérgio Machado, a doação aos senadores levou Michel Temer - ligado ao PMDB da Câmara - a reassumir a presidência do partido.
Segundo Sérgio Machado, a doação aos senadores levou Michel Temer - ligado ao PMDB da Câmara - a reassumir a presidência do partido.
“Esse apoio financeiro do PT provocou ruído na Câmara e acabou por forçar o presidente Michel Temer a reassumisse a presidência do PMDB visando controlar a destinação dos recursos do partido”.
WWW.G1.COM.BR/JN
Nenhum comentário:
Postar um comentário