segunda-feira, 30 de maio de 2016

Aumenta a adoção de crianças especiais e com mais de 3 anos

Juizados também registram aumento de adoções de irmãos.
Mas maioria ainda prefere adotar bebês e crianças pequenas.

Nesta semana, o Brasil comemorou o Dia Nacional da Adoção. E os dados mais recentes do Cadastro Nacional de Adoção mostram avanços importantíssimos.
A chegada da Silvana na vida de Neiva e Carlos foi uma escolha. O casal poderia ter filhos biológicos, poderia adotar outra criança. Mas desejou uma filha especial, com hidrocefalia, uma doença genética que provoca acúmulo de líquido no cérebro.

“Quando eu peguei ela no colo, ela deu uma gargalhada, e eu sempre digo isso: aquele dia foi meu parto. Aquele dia eu entendi que eu era mãe”, disse Neiva Marins, agente comunitária de saúde.
 
Quando saiu do abrigo, há quatro anos, a Silvana não andava nem falava. “Todas as crianças têm que ter o pai e a mãe”, diz a menina.

“Então, ver isso, pra mim não tem preço. Valeu a pena cada minutinho e cada esforço”, conclui Neiva.

A adoção de crianças com algum problema de saúde dobrou nos últimos cinco anos. E cresceu muito também, até 600%, o número de crianças adotadas com mais de 3 anos de idade.

A mudança está ajudando a resolver uma conta que ainda não fecha. Mais de 6 mil crianças e adolescentes estão disponíveis no Cadastro Nacional de Adoção, e há 35 mil pretendentes cadastrados. A maioria deseja crianças com menos de 3 anos, que nem chegam a 10% do total.  

Enquanto isso, as crianças com mais de 3 anos e os adolescentes correspondem a mais de 90% do total. Mas os candidatos que aceitam adotá-los são minoria. 

“É preciso que as pessoas que querem adotar olhem essas crianças e adolescentes que estão nessa situação da chamada adoção tardia, que conheçam, que tenham contato. Que há crianças maravilhosas, adolescentes maravilhosos. Todos eles precisando de amor”, disse o juiz Sérgio Luiz de Souza.

Na semana da adoção, num fórum do Rio, somente num dia 45 pais e mães conseguiram chegar à última etapa do processo de adoção. E não foram só bebês que saíram com uma nova família.
 
“É o dia mais feliz da minha vida. Dia mais feliz poder, consegui, né? Adotar elas quatro”, conta a costureira Margareth de Araújo, que adotou Ana, de 12 anos, e as três irmãs dela.

JN: Você ficava preocupada com as suas irmãs?
Ana Beatriz: Ficava, porque eu pensava que elas iam pra adoção e eu nunca mais conhecesse elas. Estou muito feliz. 

Depois da assinatura, tem a nova certidão de nascimento, com novo nome: Stéfani da Silva Rocha.

E, além da Stéfani, o casal Darcilene e Fábio adotou os irmãos dela, o Rafael e a Laiza, que é cadeirante.

“Me chamam de maluca, mas é o amor mesmo,” diz a comerciante Darcilene Rocha.

“Sem coragem ninguém poderia fazer isso pela gente. Ela e o meu pai agora conseguiram fazer isso pela gente”, diz Stéfani.
 
“É isso que vai ser a minha maior recompensa. Ver cada um deles chegar aonde imagino que eles vão chegar. E juntos”, afirma o vigilante Fábio Rocha.
www.g1.com.br/jn

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