a cena de novela, bagunçar a sala,
quebrar pratos ou jogar um vaso na parede é uma delícia, libertador.
Afinal, não é o ator quem arruma. Na vida real, seria bom pensar muito
antes de começar – ou não. Com as contas públicas brasileiras aconteceu
como nas novelas. O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, bagunçou tudo
sem se preocupar com a arrumação. Catar os cacos e colar os pedaços
ficou para o Joaquim Levy fazer.
O ajuste fiscal é esse
remendo, colagem, arrumação. Para colocar tudo no lugar de novo, não dá
para ficar sem um pedaço de alguma coisa. As medidas que dependem da
aprovação do Congresso Nacional são como aqueles cacos que escorregam
para debaixo do sofá e ninguém quer se levantar para ajudar. Há também
aqueles que não vemos e nos cortamos sem querer – aqui estão as
pedaladas fiscais, artifícios montados pela gestão de Mantega para
escapar da responsabilidade pelos buracos nas contas.
Com
band-aid nos dedos e caminhando com lupa para não deixar nenhuma peça
para trás, Joaquim Levy tenta remontar a estrutura fiscal do Brasil.
Sobre as partes inacessíveis que estão debaixo do sofá político, o
ministro já avisou: se não se mexerem, ou enquanto emburrarem no lugar, o
governo vai arrancar uma peça sobressalente de outro canto – aumentando
impostos.
Mais informações: G1
www.g1.com.br
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