quarta-feira, 4 de maio de 2016

Tema central do país hoje é economia, diz Temer

Em entrevista, ele afirma que espera respeitosamente decisão do Senado.‘Imaginei reduzir para 25, 26 ministérios, 27 ministérios. Não mais que isso.’


O vice-presidente Michel Temer deu uma entrevista nesta terça-feira (3) no Palácio do Jaburu, ao repórter Gerson Camarotti, da GloboNews. Mais de uma vez, Temer reiterou que aguarda respeitosamente a decisão do Senado sobre a abertura ou não do processo de impeachment contra a presidente Dilma e deixou claro que o tema central do país hoje é a economia.
Temer: Na eventualidade de eu vir a assumir, até porque eu estou aguardando com todo respeito a decisão do Senado Federal, é claro que eu esperarei produzir algo produtivo para o país. Evidentemente que hoje o tema central é o tema da economia. Nesse, em particular, eu estou examinando, estudando a matéria, tendo a colaboração de muitos economistas, entre os quais a figura de Henrique Meirelles. E pretendo logo no início apresentar algo que seja palatável para o país, seja útil para o país, gerando talvez expectativa. Só isso.
O vice-presidente respondeu sobre a possibilidade de convidar políticos investigados pela Lava Jato para compor o ministério.
Camarotti: Já há nomes sendo especulados para um eventual governo Temer. Como é que o senhor vê, como é que o senhor avalia a possibilidade de, nesses nomes, ter inclusive nomes que são investigados na Operação Lava Jato? O senhor nomearia investigado da Operação Lava Jato para um eventual governo?
Temer: Em primeiro lugar, estou examinando ainda. Você sabe que eu não formalizei nenhum convite. De toda maneira, num plano mais geral, o que eu posso dizer é que a investigação ainda é o que é: uma investigação. Eu não sei se isto é um fator impeditivo de uma eventual nomeação.
Camarotti: Não seria uma forma de diferenciar e dar uma resposta à sociedade ao não nomear investigados da Lava Jato?
Temer: Mas, como eu disse a você, eu estou examinando esse aspecto ainda, não defini nada a respeito disso.
Temer também falou sobre aquilo que seria a maior dificuldade pra reduzir o número de ministros.
Temer: Você sabe que eu temo muitas vezes eliminar alguns ministérios que dizem respeito à área social. E como há muita acusação que eu estaria, digamos assim, contrariando os direitos sociais auferidos ao longo do tempo, a dificuldade reside exatamente aí. Como eliminar alguns ministérios que dizem respeito à área social? Mas eu reitero que, ao mencionar a redução, eu imaginei reduzir para 25, 26 ministérios, 27 ministérios. Não mais do que isso.
O vice-presidente disse que concorda com o programa apresentado pelo PSDB como condição para apoiar um possível novo governo. E falou também sobre a proposta de discutir a implantação do parlamentarismo no Brasil.
Temer: Eu estou de acordo com os pontos apresentados pelo PSDB. Nós temos que empreender uma grande reforma política, para então adotarmos o sistema parlamentarista. Eu não tenho nenhuma objeção em relação a isso. O que eles propõem é que, a partir de 2018, se possa adotar a tese do parlamentarismo.
O repórter Gerson Camarotti perguntou ao vice-presidente sobre a possibilidade de deixar na presidência o presidente da CâmaraEduardo Cunha, quando se ausentar do país. Cunha é réu na Operação Lava Jato.
Camarotti: O senhor, assumindo o governo e tendo que viajar, como é que o senhor avalia deixar o país com um réu na Lava Jato?
Temer: Isso eu só avaliarei se eu vier a assumir o governo.
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