quarta-feira, 11 de maio de 2016


Edição do dia 10/05/2016
10/05/2016 21h03 - Atualizado em 10/05/2016 21h03

Começa às 9h sessão no Senado que decide impeachment de Dilma

Líder do governo no Senado admite que não há como evitar derrota. 
Renan acredita que votação será concluída ainda na quarta-feira.

Começa às 9h desta quarta-feira (11) a sessão do plenário do Senado que vai decidir sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff por até 180 dias. Nesta véspera da votação, o governo ainda tentou anular o processo na Justiça.

O líder do governo no Senado admite que não há como evitar a derrota no plenário na quarta-feira (11).
“No caso da admissibilidade, é apenas uma maioria simples. Nessa condição seria até falso dizer não, nós vamos ganhar. Acredito que será muito difícil nós termos um resultado satisfatório”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).

Os senadores de oposição ressaltaram que o processo andou dentro da lei.
“O processo de impeachment da presidente da República não padece de nenhum pecado original. Cumpriu tudo que foi determinado pela legislação e pela ADPF do Supremo Tribunal Federal”, disse o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, entrou com uma nova ação no Supremo Tribunal Federal pedindo a suspensão do julgamento do impeachment.
Ele alega que as decisões tomadas pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, foram motivadas por vingança. O relator da ação do Supremo é o ministro Teori Zavaski.
“Esse mandado de segurança tem um fundamento, que é o desvio de poder do presidente Eduardo Cunha. Nós estamos afirmando que o presidente Eduardo Cunha abriu este processo através do recebimento da denúncia com desvio de poder. Agiu com desvio de poder durante toda a fase de processamento na Câmara. Estamos citando vários fatos. E estamos associando a essa questão a decisão tomada pelo STF que afastou o presidente Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados”, disse Cardozo.
A nova ação do governo contra o impeachment foi criticada pela oposição.
“Como o governo e a defesa da presidente Dilma não conseguem explicar e se defender dos crimes, eles tentam o caminho de evitar o julgamento. É isso que vem acontecendo desde o início desse processo. Não conseguindo se defender das graves acusações, eles tentam evitar o julgamento até mesmo com atos impróprios de litigância de má-fé”, disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

A presidente Dilma voltou a criticar o processo de impeachment durante discurso na abertura da quarta Conferência Nacional de Política para as Mulheres, em Brasília.
Dilma reafirmou que não cometeu crime de responsabilidade, disse que o processo de impeachment contra ela é golpe e afirmou que vai continuar lutando contra o impeachment.
“Eu asseguro a vocês que eu vou lutar com todas as minhas forças, usando todos os meios disponíveis, meios legais, meios de luta, vou participar de todos os atos e as ações que me chamarem. Quero dizer a vocês que, para mim, o último dia previsto no meu mandato é o dia 31 de dezembro de 2018”, disse.
A sessão do Senado que vai decidir se a presidente Dilma vai ser afastada do cargo começa às 9h e será interrompida ao meio-dia. Será reaberta às 13h e interrompida novamente às 18h.
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