Em 2015, taxa foi de 8,5%. São 8,6 milhões de desempregados, um aumento de quase 30% em relação a 2014.
O desemprego no Brasil fechou 2015 em 8,5%. O resultado foi bem acima do ano anterior e o pior desde 2012, quando o IBGE começou a fazer essa pesquisa, a PNAD contínua. São 8,6 milhões de pessoas desempregadas: um aumento de quase 30% em relação a 2014. Ao longo de 2015 - esse ano difícil pra nossa economia - o Jornal Nacional mostrou o esforço de muitos brasileiros em busca de trabalho. Nesta terça-feira (15), a repórter Lília Teles reencontrou dois deles.
Você se lembra do Flávio? Em agosto de 2015, ele foi visto entregando currículos num sinal de trânsito, na Zona Sul do Rio. Trabalhador da construção civil, estava desempregado desde 2014 e desesperado. “Você vê as suas responsabilidades, suas despesas, contas. Procuro colocar minha melhor roupa e venho pra rua”, disse na época.
Lá se vão sete meses, 500 currículos, oito entrevistas e nada além disso. “Você vai na entrevista, eles pedem para aguardar e a chamada nunca vem. Nunca acontece”, relata Flávio Aguiar.
O que mudou foi o número de contas vencidas: “Meu nome hoje está sujo no SPC. Chega uma hora que, ou você come, ou você paga”.
E o que está na despensa é uma cesta básica, presente de um amigo.
O Flávio mora em uma casa em Nova Iguaçu com a família. A vizinhança da rua é o retrato do desemprego no país. Ao meio dia, todo mundo estava em casa porque não tem trabalho. Além dele, há dois enteados desempregados, a vizinha ao lado também não tem emprego. A mesma condição da mulher que mora em frente. Em outra casa, duas pessoas na mesma condição e um grupo de pessoas também sem trabalho. Em duas quadras, são pelo menos 30 pessoas que estão sem carteira assinada, há dois anos, em média.
“A gente só não observou uma queda maior do emprego e um aumento maior do desemprego porque, em parte, a redução dos empregos com carteira foi compensada pelo aumento do emprego por conta própria. A gente está trocando postos de trabalho com carteira por postos de trabalho por conta própria, que tipicamente são de pior qualidade”, explica o professor de economia da PUC-Rio, Gabriel Ulyssea.
A cozinheira Viviane Vieira dos Santos está se virando assim: “Eu vivo de bico, boto alguma coisa na minha casa pra vender. Então fica muito complicado”.
E 2015 foi difícil até para quem é muito qualificado.
A poliglota Ana Elisa Cazaes Otero ficou quatro meses procurando trabalho e, finalmente, foi contratada pelo Comitê Olímpico para os Jogos do Rio. É por tempo limitado, não é na área dela, mas... “Estou bem feliz, aproveitando a oportunidade, fazendo contatos”, afirma.
E o Jornal Nacional ainda quer mostrar o Flávio de novo. “Eu compartilhei as duas vezes momentos ruins, e tenho certeza que na terceira vez vai ser pra gente dividir também as alegrias”, diz ele, esperançoso.
www.g1.com.br/jn
Nenhum comentário:
Postar um comentário