Pelo novo Acordo Ortográfico, quem mora no Acre passa a ser acriano. Governo do estado faz consulta pública por meio da internet sobre o assunto.
Reforma ortográfica da língua portuguesa provoca polêmica no Acre Pelo novo Acordo Ortográfico, quem mora no Acre passa a ser acriano. Governo do estado faz consulta pública por meio da internet sobre o assunto. Facebook O gentílico acreano virou polêmica no Acre desde o começo do ano.No início do século passado, o povo que vivia no Acre foi à luta contra o exército boliviano, e o território do Acre passou a ser território do Brasil. Cento e treze anos depois, os acreanos querem continuar sendo chamados de acreanos. Pelo novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, palavras que terminam com vogal átona "e" ou "i" obrigatoriamente devem formar sufixo "iano". É o caso de alguns gentílicos, que são palavras que identificam o lugar onde uma pessoa nasce ou mora. Por exemplo: quem vive no Arquipélago de Açores, em Portugal, é açoriano. Pela nova regra, quem mora no Acre passa a ser acriano. Seu João nem sabia disso: “Acreano com ‘i’? Eu desconhecia." O Jornal Nacional resolveu ir à Biblioteca Pública do Acre, onde ficam estudantes, pessoas que se preparam para concurso público, e fez um rápido teste com estudantes para saber como eles escrevem acriano. De três estudantes, apenas um escreveu acriano com "i". "Nós temos que nos adaptar com o que há de novo. Não vai mudar em nada sendo a letra 'e' ou 'i'. Não vai fazer nenhuma diferença", afirma o estudante Izaac Barrozo.
"É mais natural acreano. Com ‘i’ acho que fica diferente", comenta a estudante Talia Goes. A palavra acreano está nas escolas, nos livros. O governo do estado começou uma consulta pública por meio da internet sobre o assunto e defende a manutenção da palavra acreano, escrita com “e”. A Academia Acreana de Letras elaborou um recurso que foi encaminhado para Academia Brasileira de Letras. São oito pontos defendendo o gentílico acreano. Entre eles, a questão histórica, cultural e a regra do próprio novo Acordo da Língua Portuguesa que não altera nomes registrados. “É um acordo de gabinete que não conhece todas as questões, todas as minúcias da região brasileira”, diz a presidenta da Academia Acreana de Letras, Luisa Karlberg.
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