quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

MP investiga se família Lula recebeu privilégios em negociação de triplex

Ministério Público de São Paulo investiga se triplex no Edifício Solaris pertenceu à família do ex-presidente.

O Ministério Público de São Paulo está investigando se a família do ex-presidente Lula recebeu privilégios na hora de decidir se ficaria com um apartamento no litoral paulista. Vinte pessoas prestaram depoimento nesta terça-feira (2).
Marcos é conselheiro das associações de vítimas da Bancoop, a Cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Parte da construção dos imóveis da Bancoop foi assumida pela construtora OAS, em 2009, depois que a cooperativa enfrentou dificuldades financeiras.

Um dos edifícios é o Solaris, no Guarujá. Assim que passou o empreendimento para a OAS, a Bancoop enviou uma carta aos cooperados do Residencial Mar Cantábrico - atual Edifício Solaris - no dia 11 de novembro de 2009. Quem quisesse desistir do empreendimento deveria assinar o documento de desligamento até o dia 20 de novembro na sede da Bancoop, e com ele deveria comparecer ao escritório contratado pela OAS.

A regra valia para todos os proprietários, diz o conselheiro. Ou continuar com o imóvel ou desistir.
“A pessoa teria que tomar um dos dois caminhos. Não existia um terceiro caminho pra ninguém. Não foi criada uma terceira opção que ‘daqui cinco anos você pode decidir, daqui 5 anos você pode resgatar o que você pagou’. Isso era uma impossibilidade”, afirma Marcos Sérgio Migliaccio.
É no Edifício Solaris que o Ministério Público de São Paulo investiga se um triplex pertenceu à família do ex-presidente Lula. Segundo o Ministério Público, o imóvel passou por uma reforma que custou quase R$ 800 mil bancado pela construtora OAS.

Fotos que o Jornal Nacional conseguiu com exclusividade mostram que o apartamento ganhou até um elevador privativo, que custou R$ 62,5 mil. É de uma marca italiana com capacidade para quatro pessoas.
A assessoria do ex-presidente Lula nega que o triplex tenha pertencido à família, e diz que a ex-primeira dama Marisa Leticia tinha apenas a reserva de um apartamento padrão no prédio.
Segundo uma nota divulgada pelo Instituto Lula no fim de semana, mesmo não tendo aderido ao novo contrato, a família manteve o direito de solicitar a qualquer tempo o resgate da cota de participação na Bancoop e no empreendimento.

Também de acordo com a nota, só em novembro do ano passado a família do ex-presidente Lula solicitou à Bancoop a devolução do dinheiro aplicado na compra da cota-parte do empreendimento.

www.g1.com.br/jn

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