segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Justiça de GO treina religiosos para atuar como conciliadores de conflitos

Intenção é reduzir os processos que poderiam ser resolvidos em conversas.
Acordo feito é encaminhado ao poder judiciário e homologado por juiz.


A justiça de Goiás está treinando líderes religiosos para atuarem como conciliadores na solução de conflitos. A intenção é reduzir os processos que poderiam ser resolvidos em conversas.Uma vizinha achou a deficiência nas pernas da Poliana leve demais para que ela tivesse uma vaga especial na garagem do prédio e mandou um bilhete. “Ela não estava concordando, porque eu pulava, eu andava, eu subia escada”, conta. Oito anos depois, a Poliana ganhou na justiça uma indenização por danos morais de R$ 5 mil.

Quando a desavença entre vizinhos ou a confusão doméstica começa a incomodar demais, existe um caminho alternativo. Em vez de levar a briga para a justiça e esperar anos por uma solução, tem muita gente que tem o hábito de buscar conselhos espirituais e tentar resolver o problema bem pertinho da religião.

Conselheiros e, agora, conciliadores. Padres, pastores e lideres espíritas estão na sala de aula aprendendo com o Tribunal de Justiça de Goiás a mediar conflitos na comunidade.

“Tradicionalmente, nós fomos treinados para brigar, e não para conversar. E é isso que a gente está tentando reverter”, diz o coordenador de solução de conflitos do TJ-GO, Romério Cordeiro.
Os religiosos recebem 40 horas de treinamento e simulação de conflitos. Eles colocam em prática na sala de catequese da igreja. Uma freira e um católico praticante para ouvir Cintia e Rodrigo, que não se entendem por causa da pensão alimentícia da filha. Uma hora e meia depois de muita conversa e sem discussão. “Cada uma das partes resolveu, de acordo com a necessidade de cada um. Eu espero que dê certo”, diz a auxiliar de produção Cíntia Lopes.

“O acordo feito pelo pastor ou pelo padre vai ser encaminhado ao poder judiciário e vai ser homologado por um juiz. Em caso de não cumprimento, ele poderá ser objeto de execução”, explica o juiz e coordenador do movimento de conciliação, Paulo César das Neves.

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