quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Petrobras corta mais de US$ 30 bi em investimentos e ações caem

Antes, previsão era produzir, em 2020, 2,8 milhões de barris de petróleo por dia. Agora, expectativa é de 2,7 milhões de barris. 

Petrobras cortou, mais uma vez, os investimentos. Vão ser US$32 bilhões a menos. Nesta terça-feira (12) o preço do barril de petróleo atingiu o menor valor desde 2003. E a empresa levou um tombo na Bolsa de Valores.
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As ações da Petrobras despencaram. Terminaram o dia valendo R$ 5,53. A cotação mais baixa desde 2004.
Nesta terça-feira (12) a empresa anunciou o segundo ajuste no plano de negócios em pouco mais de três meses. Reduziu os investimentos para o período de 2015 a 2019: de US$ 130 bilhões para US$ 98 bilhões, um corte de US$ 32 bilhões.

A prioridade continua sendo exploração e produção, com foco no Pré-Sal. No ano passado, a estatal produziu 2,128 milhões de barris de petróleo por dia. Um recorde histórico, segundo a empresa.

Mas nesse novo ajuste, as projeções pros próximos anos encolheram. Antes, a previsão era produzir, em 2020, 2,8 milhões de barris de petróleo por dia. Agora, a expectativa é de 2,7 milhões de barris.
“É importante que a produção de petróleo não seja muito reduzida, porque o fluxo de caixa é que vai gerar recursos pra pagar os empréstimos hoje existentes e permitir que ela se mantenha e cresça”, diz John Forman, ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo.

A explicação pro novo ajuste da Petrobras é a mesma de outubro de 215, quando aconteceu a primeira revisão: a valorização do dólar - que aumenta as dívidas da empresa - e a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

Há dois anos, o barril do petróleo era cotado a mais de US$100. No começo de 2015, US$ 47 e nesta terça-feira (12), atingiu a menor cotação desde 2003 – US$ 30, e fechou em pouco mais de US$ 31 em Londres. Já em Nova York chegou a ser vendido a menos de US$ 30.

Com o preço do barril de petróleo descendo a ladeira, o preço da gasolina deveria seguir o mesmo caminho, certo? Bem, pelo menos lá fora, isso está acontecendo. Mas no Brasil, não. A gasolina aqui custa em média 14% a mais do que nos Estados Unidos, por exemplo – isso sem considerar os impostos.

Uma das razões é o alto endividamento da Petrobras. Se o preço da gasolina baixasse, a empresa teria ainda mais problemas de caixa.

O especialista Alfredo Renali critica a política de preços de combustíveis praticada pelo governo.
“Durante o período de preços altos, nós vivemos um controle de preços, ajudando o controle da inflação, mas prejudicando enormemente a Petrobras. Agora no período de preços de petróleo mais baixos, o prejudicado é o consumidor”, diz o professor de economia da PUC-Rio.

Mas o valor da gasolina não é só determinado pela Petrobras. O ICMS -  imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, é o segundo item que mais pesa no preço final para o consumidor. E o ano começou com o aumento do tributo em vários estados.

A Petrobras declarou que a política de preços da empresa no Brasil tem como referência o alinhamento com os preços internacionais, com base numa visão de médio prazo.

www.g1.com.br/jn

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