sábado, 13 de fevereiro de 2021

ENTREVISTA DA SEMANA



José Efigênio Eloi Moura, Escritor, Marqueteiro, Palestrante e  Radialista com passagem nas emissoras paraibanas Campina FM, Monteiro FM, Itabaiana FM, Vale FM, Panati AM e FM, Itatiunga AM e FM, Correio AM e FM e Sucesso FM. Graduado em Marketing Estratégico pela Faculdade Paraibana de Processamento de dados.

Hobby? Eu sou formado em Marketing Estratégico, então meu hobby é ler, viajar e escrever se estiver os três juntos, a viagem espera um pouco mas tem que ter um livro sempre perto de mim, eu adoro cheirar o livro, é uma mania que tenho, ler e escrever pra mim está em 1º plano.

1-Efigênio sua paixão por livros é notória, quantos livros você já escreveu e qual o 1º deles?

Olá Marina, um prazer falar com voçê, são 10 livros escritos, dos 10 escritos 9 publicados, sempre com uma temática regionalista, falando do interior do Estado, falando do estado da Paraiba. o 1º livro foi "EITA GOTA! (Uma viagem Paraibana)" que começa em João Pessoa e termina em Monteiro minha cidade natal.

2-O livro Cíço de Luzia de sua autoria relata a paixão de Cíço Romão, trabalhador de uma fazenda, por Luzia, filha do patrão. A narrativa  retrata um diálogo matutês, essa linguagem  continua expressiva em algumas regiões, Efigênio?

Na verdade, o termo matutês, o pessoal usa, mas eu não uso muito, que é o falar do homem do interior, o falar do pessoal de oitizeiro, se você for na feira de oitizeiro, você vê muitos falares que são do interior do estado, então o termo do falar o povo erroneamente chama de matutês, também no inicio eu chamava de matutês. Não existe o matutês, não existe o matuto, existe o cara que vive no mato, e algumas pessoas ainda falam o português não padrão, a variação linguistíca que nós temos no Brasil é imensa, a paraíba é imensa a forma que fala no Alto do Mateus, as gírias são diferentes no Rangel, Róger em Cabo Branco. 
Os falares do Brasil e da Paraiba são imensos e intensos, então existe isso, no Cariri onde eu extraio minhas histórias e no sertão do estado, mas é comum esse tipo de falar , não só na Paraiba, no Rio Grande do Sul, Paraná, o Mineiro tem seu próprio falar, a nuance do Brasil é essa.

3-Você escreveu um livro com o título "Eita Gota", essa expressão popular despertou sua atenção por algum momento específico?

Sim, no entanto que virou titulo, eita gota é uma expressão genuinamente paraibana utilizada em todo nordeste, ela é muito nordestina serve para muitas coisas, serve para uma dor, "eita gota que  dor da mulesta!", serve para uma alegria, "eita gota ganhei alguma coisa!", para uma surpresa, decepção então o eita gota é um termo que está muito dentro do paraibano e trazer esse termo para capa de um livro, o nome do livro é "Eita gota, uma viagem paraibana" para não se perder das raizes, pra mostrar que a raiz é forte, então eita gota é um termo nosso que usamos todos os dias, usamos sem o menor medo ou receio de utilização, é muito feliz quem usa o eita gota, porque mostra o bom paraibano que voçê é. Logisticamente você não será paraibano por utilizar eita gota, mas caracteriza.

4-As línguagens e comédias marcantes em sua escrita identificam sua relação com as causas nordestinas? 

O nordestino apesar das perseguisões, coisas que nos tiraram, escanteio vamos colocar dessa forma, o nordestino continua alegre, forte também como disse Euclides da Cunha, somos alegres em toda nossa vida há momentos de alegria, você não pode retratar a vida de uma cidade do interior, pequena, se você não contar um causo humorístico, uma passagem humorística, uma alegria, você não pode fazer é caricatura, tratar o interiorano como palhaço, bobo da corte. Não, você nao pode fazer isso, você pode fazer uma coisa engraçada, no contexto respeitando a pessoa, reproduzindo a fala e respeitanto quem faz a fala, a forma é essa, não usar a piada "olha o matuto fez isso", só não pode usar a piada, nós do interiror não somos uma piada. Nós do interior temos uma força imensa, não existe essa de sermos palhaços, bobo da corte, existe na verdade é uma alegria que temos de viver e essa alegria é natural, o pessoal do Brejo, Cariri, Zona da Mata, Sertão, Curimataú da própria capital, acho que perto de sua casa sempre tem alguém que conta uma piada, é alegre o tempo todo, então você pega um trecho da vida dele e coloca dentro de um livro na leveza.

5- A cultura popular e suas tradições estão associadas a línguagem oral e escrita,  música, dança, folclore, artesanato, literatura a própria culinária. Podemos considerar a cultura popular uma referência dominante?

Extremamente dominante, se não respeitarmos as culturas, perdemos nosso lastro, como se a gente perdesse o prumo, porque o que é o povo sem suas tradições, sem sua cultura, sem sua arte, o que é o povo sem seu fazer? Então a cultura é extramente dominante, importante, extremante necessário que os orgãos públicos nos vejam de outra maneira, não nos vejam apenas como o cara que faz a live em tempos de pandemia, serve apenas para gerar conteúdos para internet através da lei Aldir Blanc, do governo do estado e várias Prefeituras Municipais, a cultura me inpirou, um pouco consegui uns três baloes de oxigênio, durante essa pandemia inclusive, um livro meu foi agraciado, foi premiado através da lei Aldir Blanc, do governo do estado, o livro "Caderneta de Fiado". Mas Marina, a cultura no fator dominante, ela precisa ser mais respeitada, mais reconhecida, ela tem que  saber a força que tem pra poder se expadir e não tomar conta do espaço de ninguém, mas está presente onde seja necessário sempre.

6-Você tem algum trabalho novo, e como adquirir seus livros?

Estou lançando agora no final de março meu déscimo livro, o livro "Chã do Umbuzeiro" é um livro onde é ambientado nas cidades de São João do Tigre e São Sebastião do Umbuzeiro, onde eu falo da cheia que tivemos no inicio de março de 2020, dias antes da pandemia ser anunciada. Então é um livro onde eu trato sobre os judeus no cariri paraibano, a influência judaica em nosso estilo de vida, eu falo sobre os tropeiros, o quanto os tropeiros foram importantes na construção de cidades e lugares, falo sobre a vida em comum das pessoas como ás pessoas se comportam em isolamentos. Então é um livro bem bacana que esta saindo pela editora Leve edições. "Eita gota", chega agora no final de março, quem quiser adquirir meus livros, só me contactar através do Instagram @efigeniomoura e Whatsapp (83) 98336-9100, Blog efigeniomoura.com.br

Agradeço a participação nesse espaço, espero que tenhamos sucesso, espero que estejamos todos juntos comemorando a coisa mais importante q
ue é a vida.

Repórter /Jornalista : Marina Sousa

Entrevistado : José Efigênio Eloi Moura

João Pessoa 13/02/2021




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