Enquanto Bolsonaro teme protestos durante participação na Assembleia da ONU, Dilma fez história com um discurso firme que cobrava maior participação de países emergentes na política global
Em 21 de setembro de 2011, a ex-presidenta Dilma Rousseff se tornava a primeira mulher a abrir a etapa da Assembleia Geral das Nações Unidas dedicada aos discursos dos chefes de Estado. No discurso, Dilma defendeu maior participação para países emergentes nos fóruns mundiais, exaltou o papel das mulheres na política e cobrou por uma reforma no Conselho de Segurança, restrito a 15 países sendo apenas cinco com assento permanente e poder de veto.
Como contavam os colunistas Rodrigo Vianna e Dennis de Oliveira, o histórico discurso de Dilma foi explícito contra a discriminação de gênero, lembrando a subalternização social das mulheres no mundo; falou na necessidade controlar capitais, culpando o modelo de do livre fluxo dos capitais especulativos pela crise internacional; e também cobrava uma nova governança global.
Dilma ainda reafirmou a necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e pedia mais espaço para os emergentes. “Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos – e podemos – ajudar, enquanto há tempo, os países onde a crise já é aguda. Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais”, declarou.
A ex-presidente ainda lamentou a postura da ONU com relação à Palestina. No ano seguinte, a Assembleia Geral elevou o status do país para Estado-observador não-membro nas Nações Unidas, o mesmo do Vaticano.
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