O poder público e os patrocinadores deveriam repensar se vale mesmo a
pena investir em blocos de carnavais que não zelam pela cultura do
Carnaval. No último domingo, 04, o bloco das Virgens de Tambaú
decepcionou e foi marcado pela violência e por músicas que nem de longe
lembram o período carnavalesco.
Quem foi para a avenida Epitácio Pessoa esperando escutar marchinhas, batucada, axé e frevo, decepcionou-se.
Ao som do “batidão”, um estilo musical de gosto duvidoso, o bloco das
Virgens se parecia com tudo, menos um bloco de Carnaval. Nas quase 3
horas que participei da folia não escutei sequer o hino das Virgens; era
só batidão e mais batidão, recheado de letras misóginas e que incitam a
violência.
Num momento em que o mundo passa por uma revolução no que diz
respeito aos direitos LGBT, o bloco que pela própria temática deveria
ser um espaço de fortalecimento da pauta, se transforma ano após ano em
uma praça de guerra tendo como trilha sonora músicas que vão de encontro
com a lógica libertária proposta pelo bloco.
Apesar de considerar um estilo musical de mau gosto, não sou contra o
batidão nem qualquer outro gênero, mas se estamos no pré-carnaval, que
se valorize o mesmo com artistas que tocam a boa música e representam a
nossa verdadeira cultura.
A verdade é que há anos o bloco das Virgens de Tambaú vem perdendo a
sua essência e a cada edição se parece menos com o Carnaval; virou uma
mistura de música ruim com música péssima e um UFC coletivo ao ar livre.
E na ânsia de tentar ser maior que as Muriçocas do Miramar, apelam para
estilos musicais fora da cultura carnavalesca e perdem em qualidade.
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