Presidente da Câmara disse que o setor 'não deveria existir'“Críticas sobre o aprimoramento de todas as instituições republicanas
são aceitáveis, mas não aquelas – aí sim irresponsáveis – com o único
objetivo de denegrir um segmento específico do Poder Judiciário que,
especialmente neste momento de crise, tem prestado relevantes serviços
ao país e aos que dela mais necessitam”, afirmam a Anamatra e o
Coleprecor
A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra),
entidade que representa mais de 4 mil juízes do Trabalho no País, e o
Colégio de Presidentes e Corregedores de Tribunais Regionais do Trabalho
(Coleprecor) divulgaram nota nesta quinta-feira, 9, em que manifestam
repúdio às declarações do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia
(DEM-RJ). O deputado defendeu fortemente a mudança da legislação
trabalhista nesta quarta-feira, 8, e, ao reclamar do excesso de regras
para a relação entre patrão e empregado, sugeriu que a Justiça do
Trabalho “não deveria nem existir”.
Para as entidades, as declarações de Rodrigo Maia ‘ofendem os juízes
do Trabalho que atuam em todo o Brasil e que, ao contrário do que afirma
o parlamentar, têm a importante missão de equilibrar as relações entre o
capital e o trabalho, fomentando a segurança jurídica ao garantir a
correta aplicação do Direito, de forma digna e decente’.
“Críticas sobre o aprimoramento de todas as instituições republicanas
são aceitáveis, mas não aquelas – aí sim irresponsáveis – com o único
objetivo de denegrir um segmento específico do Poder Judiciário que,
especialmente neste momento de crise, tem prestado relevantes serviços
ao país e aos que dela mais necessitam”, afirmam a Anamatra e o
Coleprecor.
Segundo as entidades, em 2015, 11,75% (4.980.359 processos) do total
de novos processos ingressados no Poder Judiciário representaram as
ações relativas ao pagamento de verbas rescisórias, ‘dado que revela o
quanto a Justiça do Trabalho é imprescindível em um país desigual e
injusto’.
“Também causa repulsa à Anamatra, ao Coleprecor e aos seus
representados as afirmações do deputado de que a reforma trabalhista
encaminhada pelo Governo Federal ao Parlamento seria “tímida” e que a
reforma da Previdência não possuiria pontos polêmicos, declarações essas
que revelam um profundo desconhecimento dos princípios constitucionais
que regem os direitos trabalhistas e sociais, além dos verdadeiros
reflexos das propostas para o País”, diz a nota subscrita por Germano
Silveira de Siqueira, presidente da Anamatra, e James Magno Araújo,
presidente do Coleprecor. (AE)
DIÁRIO DO PODER
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