sábado, 7 de janeiro de 2017

Receita recebe declarações do IR de 2 de março a 28 de abril

Tabela do Imposto de Renda não acompanha inflação há 20 anos.Tabela defasada vem trazendo perdas para muitos brasileiros.

A Receita Federal divulgou nesta sexta-feira (6) o calendário da declaração de Imposto de Renda referente aos ganhos do ano passado. O prazo para a entrega vai de 2 de março a 28 de abril. A tabela do IR não acompanha a inflação há 20 anos. Este ano, está prevista uma correção de 5%, longe de repor as perdas.
A boca do leão você já conhece. De tão faminta, virou símbolo da maior arrecadação do governo federal: o Imposto de Renda.
“O Imposto de Renda precisa ser pago para que o estado cumpra a sua função social”, explica Miguel Silva, advogado tributarista.
Mas sabe de uma coisa? Estamos pagando Imposto de Renda demais.

Quem afirma isso é justamente quem mais entende do assunto, os auditores fiscais da Receita Federal. Uma pesquisa feita pelo sindicato nacional da categoria mostra que, nos últimos 20 anos, a defasagem na correção na tabela do Imposto de Renda é tão grande que hoje tem brasileiro pagando um valor de imposto seis vezes e meia maior do que deveria ser.

É o caso de quem ganha R$ 4 mil. Deveria pagar R$ 40 de Imposto de Renda, mas o leão está tomando R$ 263 todo mês.

Já quem ganha R$ 8 mil, está pagando o dobro do que deveria. As defasagens também ocorrem nos valores das deduções, aqueles abatimentos no Imposto de Renda porque você gastou com educação e dependentes. Só pode ser descontado hoje quase a metade do que deveria ser.
E tem mais. Quem nem deveria pagar Imposto de Renda, está pagando.

“Se tomarmos o caso dos contribuintes isentos, o valor hoje é de R$ 1.903, se a correção fosse feita, se essa defasagem fosse corrigida, esse valor saltaria para R$ 3.460. O que estamos dizendo é que quem ganha hoje entre R$ 1.903 e R$ 3.460 por mês está pagando imposto quando não deveria pagar”, disse Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco nacional.

É o caso da Suzete, que ficou decepcionada quando soube que deveria ser isenta, mas não é. “É um valor que eu poderia usar para outro benefício meu próprio”, disse.
Suelen não é isenta, mas também sente no bolso a mordida a mais do leão.
“Embora eu tenha meus reajustes anuais, a sensação é que estou ganhando menos a cada ano que passa”, contou Suelen Ângelo, analista contábil.

WWW.G1.COM.BR/JN

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