sexta-feira, 24 de junho de 2016

Moradores de Londres protestam contra saída do Reino Unido da UE

Dezenas de pessoas se reuniram próximo ao Parlamento.
Por maioria, britânicos decidiram que país deve deixar a UE.


Moradores de Londres protestaram nesta quinta-feira (24) contra o resultado do referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia. Apesar da vitória geral, a maioria dos eleitores votou pela permanência do país no bloco europeu.
A cosmopolita capital britânica, de 8,6 milhões de habitantes, votou majoritariamente a favor de manter-se na UE. Coração financeiro e econômico do Reino Unido, a cidade via a permanência como uma vantagem para os negócios e a circulação livre através da Europa.
"Eu apoio a imigração", respondeu Gove, "tudo o que eu quero é controlar os números". "Não acredito nisso", replicou a espanhola.
De volta ao café de Stockwell, a francesa Mailys Flajoliet, de 24 anos, estava decepcionada pelo golpe que a Brexit representa para o projeto europeu: "agora parece muito normal estar aqui em paz, é um sentimento que foi adquirido. Mas a geração dos meus avós foi educada para odiar os alemães".
"Eu estudei em Paris, Berlim e Londres. Nisso consiste a Europa. Paz e cooperação, e não cada um por si seguindo o seu caminho", disse a mulher.
Os dois britânicos também se sentiam vítimas da situação: a "metade da população não concorda e vamos ter de lidar com isso", disse Georgina Nicoli, de 36 anos.
Para o seu colega indiano, Aapuru Jain de 21 anos, não há nenhum conforto no fato de não ser europeu, "é o sentimento anti-imigração. Hoje contra os europeus, amanhã contra os indianos".
Cameron, Cameron...Carmen Martinez e Blanca Zaragoza, duas amigas espanholas que vivem e trabalham em Londres, o culpado está claro: o primeiro-ministro David Cameron.
"Estou chocada, eu não posso acreditar que o sentimento patriótico tenha conduzido a esse caos", disse Martinez, de 43 anos, os três últimos em Londres.
"Sinto raiva em pensar que Cameron nos levou a este problema apenas para ganhar votos e que agora ele simplesmente renuncia e volta para casa", lamentou.
Martinez estudou licenciatura no Reino Unido e não pensa em deixar o país, pelo menos por agora.
"Se aparecerem obstáculos, terei que partir, quem sabe para Malta, que é europeia e fala inglês, ou para a Escócia, se continuar na UE".
"Londres é uma cidade cosmopolita e não pode ser comparada com o resto do Reino Unido. Aqui você não se sente marginalizado. No resto do país me parece que eles não querem os imigrantes", observou.
"Estou muito zangada", disse por sua vez Blanca Zaragoza, de 48 anos, economista por formação, que trabalha como garçonete em Londres e que mora há 8 anos na capital britânica.
"Cameron embarcou seu país em uma confusão, e agora que não tem um plano B, renuncia. Deixa o país na ruína e nós desprotegidos. E simplesmente vai embora", acrescentou.
Ela, no entanto, não tem planos de partir e poderia, eventualmente, considerar pedir a cidadania britânica.
G1

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