sexta-feira, 29 de abril de 2016

Pimentel nomeia mulher secretária de Trabalho de Minas

Ela é investigada em operação que apura suposta lavagem de dinheiro.Oposição quer questionar nomeação na Justiça.


O governador de Minas, Fernando Pimentel, do PT, nomeou a mulher, Carolina Oliveira Pimentel, secretária de Estado. Ela é investigada pela Polícia Federal.
A nomeação da primeira-dama saiu nesta quinta-feira (28) no Diário Oficial de Minas Gerais. Carolina de Oliveira Pereira Pimentel é a nova secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social do estado.
Carolina é formada em jornalismo, arquivologia e tem MBA em gestão empresarial. Já trabalhou em veículos de imprensa, órgãos públicos e em agências de comunicação.
Ela é investigada na Operação Acrônimo, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais. Uma empresa que pertencia a Carolina, a Oli Comunicação e Imagem, teria sido usada, segundo a Polícia Federal, para transferir recursos à campanha do marido dela, Fernando Pimentel, do PT, ao governo de Minas, em 2014.
A Polícia Federal investiga, ainda, supostas irregularidades no repasse de dinheiro à Oli, feito por empresas que tinham contratos com o BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Social, entre 2012 e 2014. Na época, Pimentel ocupava o cargo de ministro do Desenvolvimento, a quem o BNDES está subordinado.
Carolina Pimentel é suspeita também de ser sócia oculta da agência de comunicação Pepper Interativa e que receberia comissões por meio da agência. A empresa, que produz conteúdo para a internet, cuidou da imagem da presidente Dilma Rousseff em redes sociais na campanha presidencial de 2010. A publicitária Danielle Fonteles, dona da agência, fez um acordo de delação premiada, e deve detalhar o suposto envolvimento do governador Pimentel e da mulher dele, Carolina, no esquema.
O governo de Minas declarou que Carolina Pimentel - que ocupa o cargo de presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social - vai acumular as duas funções sem receber salário.
A oposição, em Minas, estuda meios de questionar a nomeação na Justiça, alegando que o cargo pode aumentar as chances de recurso de Carolina Pimentel num eventual julgamento.
A investigação contra Carolina Pimentel corre em segredo de Justiça no Superior Tribunal de Justiça. Segundo a Procuradoria-Geral da República, em caso de desmembramento do inquérito, se Carolina não tivesse foro privilegiado, a investigação sobre ela seria encaminhada à primeira instância, no Distrito Federal.
WWW.G1.COM.BR/JN

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