quinta-feira, 3 de março de 2016

Pesquisadores estudam se mosquito comum pode transmitir vírus da zika

Mosquitos de espécies diferentes do Aedes aegypti infectados em laboratório mantêm alta concentração do vírus da zika no organismo.

 Pesquisadores da fundação Oswaldo Cruz no Recife apresentaram nesta quarta-feira (2) um estudo que levanta uma dúvida inédita e perturbadora. Além do Aedes aegypti, será que um pernilongo comum poderia transmitir o vírus da zika?

A pesquisa foi mostrada em um encontro que reúne 300 cientistas de várias partes do mundo, no Recife. Em um laboratório da Fiocruz, 200 mosquitos do gênero culex, conhecidos por pernilongo ou muriçoca, foram infectados com o vírus da zika. Os cientistas queriam investigar como ele age no organismo dessa espécie. Sete dias depois da contaminação, os pernilongos estavam com alta concentração do vírus.

“A gente viu que existe uma facilidade na infecção e uma facilidade da disseminação do vírus para a glândula salivar mostrando que o vírus conseguiu escapar de algumas barreiras do mosquito”, diz a bióloga da Fundação Oswaldo Cruz, Constância Ayres.

Os resultados ainda são parciais. Os pesquisadores não podem afirmar se o pernilongo é capaz, ou não de transmitir o vírus da zika. O que eles sabem é que é preciso avançar nos estudos e a próxima etapa é checar se os mosquitos comuns, encontrados na área onde o vírus circula estão contaminados.
O pernilongo está na natureza numa quantidade 20 vezes maior que o Aedes aegypti. Além de verificar se a contaminação acontece no ambiente natural, os cientistas querem saber também se os mosquitos infectados conseguem transmitir o vírus para seres humanos. A conclusão da pesquisa ainda vai demorar entre 6 e 8 meses.

“Isso nos acende pra necessidade de desenvolver mais estes estudos. E saber se isso pode significar algum tipo de potencial de que outros mosquitos também venham a ser demonstrados como transmissores da doença”, afirma Cláudio Maierovich, diretor do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde.

www.g1.com.br/jn

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