terça-feira, 5 de janeiro de 2016

'Spotlight' cria suspense sutil e aposta na figura de 'jornalista-herói': G1 já viu Filme bem cotado ao Oscar reconstrói investigação sobre pedofilia na Igreja. Tragédia é mostrada de forma sóbria, guiada por jornalismo investigativo.

'Spotlight' cria suspense sutil e aposta na figura de 'jornalista-herói': G1 já viu

Filme bem cotado ao Oscar reconstrói investigação sobre pedofilia na Igreja.
Tragédia é mostrada de forma sóbria, guiada por jornalismo investigativo.

Rodrigo OrtegaDo G1, em São Paulo
O herói entra como um raio no tribunal, furioso e determinado na sua missão. Falta um segundo para uma porta se fechar e esconder um terrível segredo. O tempo acabou. Estivesse Mark Ruffalo em "Os Vingadores", no seu papel de super-herói de verdade (ou de mentira, na verdade), seria moleza: era só ficar verde e quebrar tudo. Em "Spotlight - Segredos revelados"  ele tem que se resignar com o drama da vida real: um funcionário público fecha a porta e avisa: "A repartição fecha 17h, amigo, volta amanhã". Quem nunca?
Este é o tipo de cena de ação que você vai ver em "Spotlight": visitas ao fórum, pesquisas na biblioteca pública, reuniões de trabalho. Em certo momento, uma trilha de suspense acompanha a criação de uma tabela de Excel. É a vida. Baseado em fatos reais, o filme mostra o trabalho de uma equipe especial de talentosos jornalistas do jornal "The Boston Globe", que mostrou em 2002 como a Igreja Católica acobertou durante décadas a pedofilia de padres. A tragédia que levou vítimas a traumas e suicídios é retratada de maneira sóbria, sem exageros.
Vai, time!
É um afiado trabalho de equipe que faz tudo funcionar bem - o filme e a investigação. O provocador é Marty Baron (Liev Schreiber), judeu que chega de Miami para comandar o jornal de Boston. O olhar forasteiro vê indícios de crimes da Igreja ignorados há décadas na cidade. Ele dá a tarefa à equipe de repórteres especiais Spotlight, chefiada por Walter Robinson (Michael Keaton). Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams), Mike Rezendes (Mark Ruffalo) e Matt Carroll (Brian d'Arcy James) resgatam uma história que fica cada vez mais tenebrosa.
A dinâmica do elenco, com atuações na medida certa - em escala que vai do ponderado chefão Marty Byron ao impulsivo repórter Mike Rezendes - é o trunfo de "Spotlight". O longa é desde já bem cotado para o Oscar de melhor filme. Já nas categorias de atores principais, não há no elenco um franco-favorito. Não é incoerência, mas resultado do trabalho bem dividido, sem estrela única, comandados pelo diretor Tom McCarthy. Vale notar o impressionante salto de McCarthy após o fracasso "Trocando os pés", com Adam Sandler.
Confiram o jornalismo com Deus!
G1

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