Desde o início da Operação Lava Jato, no ano passado, a Polícia Federal
apreendeu centenas de obras de arte que podem ter sido usadas para
lavar dinheiro desviado da Petrobras. A repórter Ana Zimmerman mostra,
com exclusividade, o trabalho dos peritos para avaliar todo esse
material.
De quem é a impressão digital na tela do pintor brasileiro Guignard que
pode valer mais de R$ 1 milhão? Os peritos querem descobrir este e
outros tantos mistérios que envolvem 272 obras de arte apreendidas até
agora na Operação Lava Jato. Elas estão no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
O processo é demorado e cercado de sigilo. Os quadros ficam em salas
reservadas do museu, onde os peritos vão trabalhar. É como um
laboratório onde eles fazem pelo menos quatro testes em cada obra para
descobrir, por exemplo, quantas camadas de tinta o pintor usou e qual a
composição química do material.
“Normalmente algum expert chega, olha a obra simplesmente e diz é falso
ou verdadeiro. O que a gente precisa na verdade são testes
físico-químicos, outros tipos de testes que possam gerar uma convicção,
para se chegar num final a uma autenticação”, explicou Aldemar Maia
Neto, perito criminal federal.
Os peritos retiram amostras, sem danificar a pintura. E uma luz ultravioleta revela detalhes escondidos.
A suspeita da Polícia Federal é que a compra de tantas obras de arte
tenha sido uma forma de legalizar dinheiro sujo. Apreensões como as
feitas na Lava Jato não são novidade.
“Na Polícia Federal, já se fez, mas nunca neste volume de obras”, afirmou Fernando Comparsi, perito criminal federal.
www.g1.com.br/jn
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