quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Peritos avaliam obras de arte apreendidas na Operação Lava Jato

Desde o início da Operação Lava Jato, no ano passado, a Polícia Federal apreendeu centenas de obras de arte que podem ter sido usadas para lavar dinheiro desviado da Petrobras. A repórter Ana Zimmerman mostra, com exclusividade, o trabalho dos peritos para avaliar todo esse material.

De quem é a impressão digital na tela do pintor brasileiro Guignard que pode valer mais de R$ 1 milhão? Os peritos querem descobrir este e outros tantos mistérios que envolvem 272 obras de arte apreendidas até agora na Operação Lava Jato. Elas estão no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

O processo é demorado e cercado de sigilo. Os quadros ficam em salas reservadas do museu, onde os peritos vão trabalhar. É como um laboratório onde eles fazem pelo menos quatro testes em cada obra para descobrir, por exemplo, quantas camadas de tinta o pintor usou e qual a composição química do material.

“Normalmente algum expert chega, olha a obra simplesmente e diz é falso ou verdadeiro. O que a gente precisa na verdade são testes físico-químicos, outros tipos de testes que possam gerar uma convicção, para se chegar num final a uma autenticação”, explicou Aldemar Maia Neto, perito criminal federal.

Os peritos retiram amostras, sem danificar a pintura. E uma luz ultravioleta revela detalhes escondidos.

A suspeita da Polícia Federal é que a compra de tantas obras de arte tenha sido uma forma de legalizar dinheiro sujo. Apreensões como as feitas na Lava Jato não são novidade.

“Na Polícia Federal, já se fez, mas nunca neste volume de obras”, afirmou Fernando Comparsi, perito criminal federal.

www.g1.com.br/jn

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