A gente tem falado muito da falta de chuvas, principalmente na Região
Sudeste. E não deu outra: a água está racionada em mais cinco cidades do
interior de São Paulo. Um transtorno para quase 200 mil pessoas.
O que muita gente temia aconteceu de novo. "As águas estão secando, é
rio secando", diz uma moradora. "É um pesadelo que voltou", queixa-se
outra.
Os moradores de São Sebastião da Grama agora ficam 12 horas por dia sem
água. A represa opera com metade da capacidade. "Necessito de 50 litros
por segundo para operar o tratamento. Estão entrando apenas 25”, relata
João Carlos da Silva, do Departamento de Água de São Sebastião da
Grama.
Outros municípios paulistas também começaram a racionar: Américo
Brasiliense, Vargem Grande do Sul, Casa Branca e até a cidade que tem
água no nome. Em Aguaí, o nível da represa caiu quase um metro em menos
de 20 dias. Já o consumo aumentou 40% em julho de 2015. "Se a gente não
tivesse feito o racionamento, pelos cálculos que a gente tem, só a água
da represa daria por aproximadamente uns dois meses, porque o nível do
rio que abastece ela diminuiu bastante", explica Marcelo Coutinho, do
Departamento de Água da cidade de Aguaí.
É a segunda vez em menos de um ano que Aguaí enfrenta o racionamento.
Em outubro de 2014, a represa do município ficou com 5% da capacidade.
Agora, os 35 mil moradores estão sem água de novo, seis horas por dia.
"Mudou tudo. A gente não tem água para fazer comida, não tem água para
lavar roupa", conta uma moradora.
Em uma creche, o pessoal também teve que se adaptar. O banho nas
crianças maiores foi cortado. Só os bebês ainda ficam debaixo do
chuveiro. E, mesmo assim, o tempo é contado, não pode passar de cinco
minutos. Outra mudança foi na hora de escovar os dentes: nada de
torneira aberta. As crianças usam só a água que está no copo. Tudo para
economizar. "Ela vivenciando isso vai levar para o papai, para a mamãe,
para os vizinhos, então ela vai ser um multiplicador dessa informação",
afirma Andrea Voltarelli, diretora da creche. E já aprenderam a lição
direitinho. Vitória Gonçalves, de 3 anos, sabe o que vai dizer para a
mãe: "Eu vou falar para ela economizar água e fechar a torneira".
Mais informações www.g1.com.br/jn
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