Monitorar e mapear crimes contra os direitos humanos em redes sociais
será a tarefa do grupo de trabalho lançado hoje (20) pela Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República.
O objetivo, segundo a pasta, é receber e analisar denúncias sobre
páginas da internet que promovem o ódio e fazem apologia à violência e à
discriminação.
O grupo também será composto por membros da Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Secretaria de Políticas para
Mulheres, do Departamento de Polícia Federal, do Ministério Público
Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Colégio Nacional
dos Defensores Públicos Gerais.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, avaliou
como assustador o crescimento dos crimes de ódio no Brasil.
Segundo ela, dados da SaferNet Brasil indicam um aumento entre 300% e
600% no registro desse tipo de violação no país entre 2013 e 2014. Para
Ideli, a legislação brasileira precisa ser revista quando se trata de
crimes cibernéticos.
“O crime virtual desemboca, infelizmente, no crime real”, disse ela, ao
citar o caso da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, atacada por uma
multidão e morta em maio, em Guarujá (SP), depois da publicação de um
retrato falado em uma rede social de uma mulher que realizava rituais de
magia negra com crianças sequestradas. A dona de casa foi confundida
com a mulher do retrato falado.
Em oito anos, segundo o governo, a SaferNet Brasil recebeu e processou
3.417.208 denúncias anônimas envolvendo 527 mil páginas na internet. As
demandas foram registradas pela população por meio de hotlines que
integram a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos.
A ministra da Seppir, Luiza Bairros, destacou que o lançamento do grupo de trabalho ocorre no Dia Nacional da Consciência Negra.
A ideia, segundo ela, não é criminalizar usuários de redes sociais, mas
fazer valer os conceitos de democracia e desenvolvimento inclusivo.
“As desigualdades no Brasil foram muito naturalizadas ao longo do
tempo”, disse. “Queremos desenvolver um trabalho bastante incisivo de
condenação do preconceito”, completou.
Portal Paraiba online
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