Artista afirma que uma boa música é aquela que permanece na história. "Fazer uma boa música é procurar transmitir para o público a disciplina de um atleta, ou seja, o perfeccionismo, e a alma de um poeta, que é a inspiração. Essa é a minha meta sempre", diz o maestro João Carlos Martins sobre o que é fazer música de qualidade. O artista, que já tem 63 anos de carreira, revelou ao G1 qual é o maior desafio em ser um músico:

Carreira vasta
Aos 76 anos, João Carlos afirma que quer viver os próximos 25 anos concretizando os projetos de levar o estilo clássico pelo país. O mais recente é o 'Orquestrando o Brasil'. "Quero ter contato com maestros do interior do Acre, do Mato Grosso, para fazer uma espécie de congraçamento entre todas as pessoas que tiveram a coragem de formar uma banda ou uma pequena orquestra".
Sobre a música clássica ser um estilo mais seleto, o artista afirma que a barreira que existe entre o público e o estilo musical resulta da falta entrega de outros profissionais do meio:
"Se todos os artistas clássicos de ponta saíssem de suas torres de marfim e fossem ao encontro de todos os segmentos da sociedade, a música clássica estaria num patamar bem mais alto. Nós somos ainda andorinhas isoladas nesse processo, mas estamos chegando lá", conta.
A música
"Você tem que sentir a música, transmitir as suas ideias para a orquestra e tentar fazer com que o público entenda as suas ideias. Ou seja, você tem que mostrar a sua individualidade para a orquestra, porque o som da orquestra é o som do maestro, e essa individualidade tem que cativar a atenção do público do começo ao fim. Essa é a minha meta em cada concerto que eu realizo", afirma João Carlos sobre o poder que a música exerce em sua vida, desde os oito anos, quando deu início aos estudos de piano.
O artista ainda diz que, para saber se uma música é boa, é necessário olhar diretamente para a história:
"A história mostrou a importância de Bach, de Beethoven e de Mozart através dos anos. Hoje, nós temos compositores que estão ficando para a eternidade, como Piazzolla, Tom Jobim e outros como Caetano Veloso e Chico Buarque. Mas, também temos outros compositores que, depois de três anos, ninguém mais se lembra. Então o julgamento do valor de uma música é feito sempre pela história", afirma.
MAIS INFORMAÇÕES G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário