
Imagem foi publicada no Facebook e Twitter oficial da corporação.
Para advogado, foto coloca bebê em situação constrangedora e viola ECA.
A Polícia Militar de São Paulo retirou no início da tarde desta
quinta-feira (4) o post com foto de uma bebê fardada com algemas e
cassetete publicada na noite de terça-feira (2) no Facebook e no Twitter
oficial da corporação após polêmica nas redes sociais. Segundo a PM,
por meio de sua assessoria de imprensa, a decisão de retirar a foto
ocorreu por causa do "mal-entendido".
A imagem publicada com a mensagem “Boa Noite” e a hashtag
#podeconfiarpmesp recebeu críticas de seguidores do Twitter, como “se
ela soubesse o que vocês fazem, choraria de medo dessa farda”, “só
faltou colocar um revólver na mão da criança. #semnocao”, “já vem com
minispray de pimenta e bombinha de gás lacrimogêneo?”, “banalização e
culto à repressão, deveria ser crime”, “que absurdo, quem foi o
irresponsável que aprovou isso? Isso é uma vergonha”, entre outros.
Já na página do Facebook, a maioria dos comentários foi favorável à
publicação da foto: “A essa pode me prender kkkkk linda foto parabéns”,
“Boa noite Guerreiros!!! Muito bacana essa pequena PM, já tem perfil de
policial !!! Ótimo trabalho à toda Corporação !!!”, “Boa noite. Quero
fazer uma roupa assim pra minha neta. Linda essa princesa”, entre
outros.
Para Ariel de Castro Alves, coordenador estadual do Movimento Nacional
de Direitos Humanos e um dos fundadores da Comissão da Criança e do
Adolescente do Conselho Federal da OAB, a exibição da imagem viola o
artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “Submeter
criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame
ou a constrangimento”, com pena de seis meses a dois anos.
“A criança é colocada em uma situação constrangedora, vexatória. Foi
exposta com uma arma, ainda que não seja uma arma de fogo, mas armas
usadas para reprimir, como o cassetete e a algema para prender”.
“Não são brinquedos. Fazem parte dos instrumentos de trabalho da
corporação. Houve uma utilização indevida. Foi claramente entregue por
um adulto que faz parte da corporação”, completou.
G1