Cientistas propõem inserir genes que determinam a masculinidade.
São as fêmeas que picam humanos e transmitem zika, dengue e chikungunya.

A edição genética pode reduzir a população de mosquitos fêmeas e assim ajudar a controlar o
Aedes aegypti,
vetor de vírus como zika, dengue e chikungunya, segundo um estudo
publicado nesta quarta-feira (17) na revista "Trends in Parasitology".
Cientistas da Universidade Virgínia Tech, nos Estados Unidos, propõem a
edição de um gene específico nas populações de mosquitos para levar à
conversão de fêmeas em machos ou para matar a população feminina.
Qualquer desses dois resultados contribuiria para diminuir as
populações total de mosquitos e a expansão dos vírus que eles
transmitem, já que as fêmeas são as que necessitam de sangue para
reproduzir-se, enquanto os machos se alimentam de néctar.
"Estamos provando a hipótese de que a inserção dos genes que determinam
a masculinidade como o 'Nix' no genoma dos mosquitos fêmeas pode
produzir machos estéreis ou inférteis ou simplesmente matar as fêmeas,
duas coisas que resultariam em menos fêmeas", explicou Zhijian Tu, um
dos autores principais do estudo.
"Combinar 'Nix' com a tecnologia de edição genética CRISPR-Cas9 poderia
nos ajudar realmente a alcançar objetivos que não se conseguiram com
campanhas anteriores para erradicar o mosquito
Aedes aegypti, ao introduzir genes masculinos nas populações de mosquitos", afirmou Zach Adelman, outro coautor do estudo.
A edição genética envolve, no entanto, questões éticas, razão pela qual
a Academia Nacional das Ciências, Engenharia e Medicina de Estados
Unidos estão elaborando atualmente recomendações para a pesquisa
responsável nesse âmbito em organismos não humanos.
"A colaboração com os governos e a vontade pública serão cruciais para
estabelecer testes de campo nas áreas mais afetadas pelas doenças
transmitidas por mosquitos", destacou Adelman.
G1