
Os 16 acusados foram denunciados fazem parte por frustração do caráter competitivo de licitações (Art. 90 da Lei n° 8.666/93); lavagem ou ocultação de ativos financeiros (Art. 1º da Lei 9.613/98); falsidade ideológica (Art. 299 do CPB) e participação em organização criminosa (Art. 2º da Lei 12.850/2013). As penas dos crimes somadas chegam ao máximo de 27 anos de reclusão.
De acordo com o promotor de Justiça Manoel Cacimiro Neto, integrante do Gaeco, a denúncia pede ainda o sequestro dos bens dos envolvidos para ressarcir o erário e a quebra parcial do sigilo para que o inteiro teor da denúncia possa ser divulgado. O promotor informou ainda que as seis pessoas presas na terceira fase da Andaime (entre elas, a prefeitura Cláudia Dias e o marido) continuam no presídio de Cajazeiras e no Batalhão do Corpo de Bombeiros de Sousa.
Segundo o promotor Rafael Linhares, que também integra o Gaeco, os 16 denunciados formavam uma organização criminosa responsável por um prejuízo estimado em cerca de R$ 4,5 milhões à Prefeitura de Monte Horebe. Ele acrescentou que, desde 2010, o Ministério Público vem investigando fatos relativos à prefeitura de Monte Horebe, que além da Operação Andaime, já havia sido foco da Operação Monte Sinai, realizada em julho do ano passado.
O procurador-geral de Justiça, Bertrand de Araújo Asfora, afirmou que as investigações continuam. “Nós vamos até o fim”, disse destacando que tudo é resultado da estruturação e da atuação dos promotores do Gaeco. Bertrand Asfora também ressaltou a participação do Tribunal de Justiça concedendo as medidas solicitadas pelo Ministério Público.
Participaram da coletiva o 2º subprocurador-geral, Valberto Lira, e o secretário-geral do MPPB, João Arlindo Corrêa Neto.
Investigação – De acordo com as investigações da Força-tarefa, composta pela unidade especializada do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União e Polícia Federal, ficou comprovada a existência de uma organização criminosa do colarinho branco levada a cabo por Francisco Justino do Nascimento do Nascimento, conhecido como “Deusimar”, sua esposa, Elaine da Silva Alexandre, conhecido como “Laninha”, e seus demais familiares, com o objetivo de fraudar licitações públicas em diversos municípios da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, mascarar desvios de recursos públicos em favor próprio e de terceiros, lavar o dinheiro público desviado e fraudar os fiscos federal e estadual, tudo através das empresas “fantasmas” Servcon Construções Comércio e Serviços LTDA – EPP, nome fantasia “Construtora Servcon” (CNPJ n. 10.997.953/0001-20), e Tec Nova – Construção Civil LTDA – ME (CNPJ n. 14.958.510/0001-80).Ainda seguindo a investigação, os núcleos criminosos instalados nos municípios contratavam os serviços de Francisco Justino do Nascimento, que através de suas empresas “fantasmas” participava das licitações e fornecia toda a documentação legal para dar esteio à despesa pública, sendo Francisco Justino remunerado por esse serviço em valor variável entre 2% a 8% do valor da nota fiscal. Além disso, em cada município investigado existiam os chamados operadores ligados à administração municipal que realizam as obras públicas, pagando uma comissão pelo aluguel das empresas de Justino e auferindo todos os lucros direitos e indiretos.
Com o desenrolar das investigações, ficou constatado que no Município de Monte Horebe havia os seguintes operadores: Eloizio Dias Guarita, Mario Messias Filho, Francisco Antônio Fernandes de Sousa (Antônio Popo) e Francisco Moreira Gonçalves (Didi da Licitação). Para executarem diretamente os contratos destas empresas, contaram com a efetiva participação de Fábio Barreto Ferreira e Erivaldo Jacó de Sousa, tendo como parâmetro temporal os mandatos de Erivan Dias Guarita e Cláudia Aparecida Dias. Cláudia passou a executar diretamente o contrato de coleta de resíduos sólidos, por meio das empresas Construtora Servcon (CNPJ n. 10.997.953/0001-20) e Lorena & Adria Construções, Comércio e Locações Ltda – ME CNPJ nº 15.407.975/0001-06, cedidas ilicitamente por Francisco Justino e por Francisco Antônio Fernandes de Sousa (Antonio Popo). Todos esses participantes estão entre os 16 que foram denunciados pela Procuradoria-Geral de Justiça.
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