
Um estudante gaúcho, de 18 anos, não aceitou um ‘não’ como resposta. Depois de tentar, sem sucesso, entrar numa faculdade de medicina, ele não desistiu. Se preparou muito bem e entrou em onze faculdades.
Oitenta quilômetros por dia. Era a distância que separava o Vitor José da Silva Classmann da escola, no Ensino Médio. Quanto tempo esperando o ônibus.
“Era um esforço, mas me trouxe recompensa, me foi gratificante passar por isso”, conta o estudante.
Na volta para casa, mais livros. O objetivo era o mesmo de muitos jovens: cursar medicina numa universidade pública. Só que, na primeira tentativa, não deu. A decisão então foi sair de São Martinho, no norte gaúcho, para estudar na capital.
“A gente sente angústia, mas não pode demonstrar. Depois do vestibular é que estourou, que eu senti assim: acabou! Aí que eu senti dor de cabeça, tudo mais, mas antes não sentia nada”, diz a mãe do Vitor, Sueli da Silva Clasmann.
Assim, passou um ano. O sonho do Vitor era andar pelos corredores de uma das melhores faculdades públicas de medicina do país, segundo o Ministério da Educação. Claro que não ia ser fácil. Então, o jeito foi tentar ser aprovado em outras universidades. E o Vítor fez quinze vestibulares, fora o Enem. Em outubro do ano passado, começaram a chegar os resultados.
Vitor foi aprovado em onze faculdades de Medicina. Entre elas, a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
“Por essa vaga que eu estou feliz, porque era onde eu queria, é o que eu quero, era o sonho que eu tinha”, afirma.
É, mas feliz mesmo ficou a Vó Rosalina da Silva.
“Se eu fico doente, tem um médico na família, ele vai me atender, ele vai me dar uns dias a mais de vida”, diz a avó.
Uma vitória e tanto. Mas pergunta pro Vítor se ele acha que o esforço foi muito? Que nada. Dedicação mesmo vai começar agora.
“Meu objetivo é ser médico e ajudar pessoas. Pra isso, eu precisava passar pelo vestibular. Então, vestibular não era meu objetivo, vestibular era apenas um processo que eu precisaria passar pra que eu conquistasse o que eu quero depois dele”, comenta.
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